quarta-feira, 30 de julho de 2014

EDUCANDO COM RESPEITO, COMPANHEIRISMO E UNIÃO !

As organizações da sociedade civil encontram sempre muitos obstáculos para o exercício de suas finalidades.
Mensagens de professores da rede estadual
Não é diferente com as organizações que atuam na defesa dos direitos animais, propondo-se, além de buscar através de representações políticas, de composição de conselhos de cidadãos, de ações diretas no benefício dos animais e do meio ambiente, ao exercício de ação educativa.

As dificuldades e obstáculos se apresentam nas mais diversas ordens: seja no financiamento de projetos, seja em pessoal capacitato, seja em localizar instituições e estabelecimentos que permitam que ações educativas, pautadas nos princípios nos quais acreditamos, sejam inseridas no cotidiano escolar. Como é difícil encaixar-se nas inúmeras tarefas e atribuições e mesmo desafios que as escolas, sobretudo as da rede pública, encontram.

Karin da Pense Bicho, Laelia e Anete do Movimento SOSBICHO

No entanto, conforme temos feito a abertura destes espaços, mais e mais consolidamos nosso papel de educadores e mais confiança garantimos para mais e novas ações.

Um dos grandes segredos destas conquistas trazem em si um segredo: RESPEITO, COMPANHEIRISMO E UNIÃO.
Leyla e Yonara do Ipaec, Daniel do Estudio Oscar Pedroso
 e Laelia do SOSBICHO, no Projeto Ponto Final no Abandono

Assim, desde o ano de 2011 o Movimento SOSBICHO decidiu investir em boas parcerias com companheiros de outras organizações para desenvolver seus projetos educativos.

Primeiramente foi o Projeto Verde-Rosa São Francisco, que trabalhou com a Comunidade do Bairro São Francisco, vizinhos, escolas, e até participou de um Congresso Internacional de Direito Animal !

Atuou também com agentes da Rede de Desenvolvimento Local, em escola do Bairro São Francisco, na construção de espaço educativo sustentável.

A carreira solo também se faz presente, como pano de fundo, em que novas parcerias se estabeleciam.
Ação com alunos da Escola Estadual Dona Carola: educadoras Laelia e Isabel Carilho
Projeto Verde Rosa São Francisco, com professores de dança, psicanalista Gisele Sarmento, Agentes de Desenvolvimento Local, Karin da Pense Bicho e participantes

Em seguida, de forma acertada, aceitando o desafio proposto pelo IPAEC - Instituto de Proteção Animal e de Exercício de Cidadania, costurou seu melhor projeto, o Ponto Final no Abandono, em 10 escolas de Curitiba.

Juntamos o que tínhamos de melhor: vontade e garra ! E fomos em frente!

Evento do Projeto Verde-Rosa São Franscisco, com a participação do Porfessor Oscar Pedroso, Psicanalista Gisele Sarmento, Professores de dança Ana Paula Jacomel e Cibele Santos

Esta parceria se mantém viva, não só no contexto político, mas e sobretudo, em nossas ações educativas !
Nossa união transmite confiança e mostra que estamos preprados e maduros para educar.

Com os ingredientes fundamentais para trabalho coletivo: respeito, companheirismo e união, temos sido capazes de levar nossa mensagem a estudantes, professores e funcionários e acreditar que é possível sim somarmos nossas forças para acreditar num mundo melhor !

Tosca Zamboni e Laelia Tonhozi do Movimento SOSBICHO em evento da Associação do Amigo Animal - na foto Julia Misga e Marcelo Misga, pelo projeto Ponto Final no Abandono

Evento do Projeto Verde-Rosa São Francisco com a participação de educador da Sanepar, realizado no Reservatório Histórico do São Francisco

Alunos da Escola Dona Carola em ação de Plantio no Projeto Eno Planing Day

MINHA VIDA DE CACHORRO. Aula - Revista Escola - boa dica !


http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/minha-vida-cachorro-532549.shtml



PLANO DE AULA


Conteúdo

Mamíferos, endotermia e sistema sensorial

Habilidades
Analisar e compreender as semelhanças e diferenças entre o ser humano e o cão


Tempo estimado
Duas aulas

VEJA revela novas descobertas a respeito do mundo canino. Apesar dos milhares de anos de convívio conosco, o melhor amigo do homem não teve seu comportamento tão estudado quanto os ratos ou os chimpanzés. Agora, porém, há grupos de pesquisas empenhados em tentar entender um pouco melhor como os cães percebem o mundo ao seu redor. O tema, com certeza, deve despertar o interesse da turma e pode servir de ponte para examinar algumas características e o sistema sensorial dos mamíferos.

Atividades
1ª aula - Comece recordando com os alunos o que eles estudaram sobre o grupo dos mamíferos. Peça que dêem exemplos de representantes desse grupo. É muito provável que citem, além dos humanos, muitos animais que foram domesticados. Se achar conveniente, explore a história da aproximação do cão com o homem.

Retome as principais características que definem o grupo, começando pelas mais conhecidas: a presença de pelos no corpo e glândulas mamárias nas fêmeas. Depois, lembre-os de outras particularidades, como o coração de quatro cavidades e a endotermia. Pergunte se essas duas últimas são exclusivas dos mamíferos.

É esperado que alguns se lembrem que elas estão presentes também nas aves. Assinale que ambos grupos são dotados de coração cujas peculiaridades anatômicas os distinguem dos demais, mas tanto a quadripartição como a endotermia são condições necessárias, porém não suficientes, para se classificar qualquer animal como mamífero. Comente que, embora possua quatro cavidades nos dois grupos, o coração dos mamíferos apresenta diferenças em relação ao das aves.

Reveja, então, o conceito de endotermia. Lembre-os de esse é o termo científico para designar o que vulgarmente chamamos de "sangue quente". Trata-se da propriedade que permite a alguns animais (denominados endotérmicos) manter sua temperatura corporal interna relativamente independente das variações térmicas ambientais. Em oposição, os ectotérmicos (ou pecilotérmico - animais de "sangue frio") se caracterizam pela temperatura corpórea variável com as condições termométricas do meio, como os répteis, por exemplo).

Chame a atenção para o fato de que estes últimos são pouco ativos na maior parte do tempo. Os jacarés, por exemplo, passam boa parte do dia parados, já os endotérmicos, como o cão, desempenham diversas atividades que exigem grande quantidade de energia. Indague: qual deles seria capaz de acompanhar seu dono num passeio longo ou brincar durante horas?

Ressalte outras características que o cão e o homem, como representantes dos mamíferos, compartilham. Ambos apresentam semelhanças no sistema sensorial - responsável pela captação de informações, tanto do ambiente como do próprio corpo, que podem ser processadas pelo sistema nervoso. O cão e o homem são equipados com órgãos especializados na percepção da luz - os olhos - e possuem também olfato, um sentido baseado na captação de informações químicas dispersas no ar, além da audição, gustação e tato. As diferenças, no entanto, estão na qualidade desses sentidos. Distribua, em seguida, cópias da reportagem e peça que a garotada leia para a aula seguinte.

2ª aula - Com base no texto de VEJA, destaque as diferenças entre cães e seres humanos, ambos mamíferos, mas pertencentes a ordens diferentes - primata e carnívora, respectivamente. Essa última inclui canídeos (cão e raposa, por exemplo), felídeos (gato, tigre, leão), ursídeos (ursos) e outros. Por isso, apesar das semelhanças, há distinções importantes entre ambas.

Nós confiamos muito na nossa visão, um sentido bastante eficiente nos humanos, que permite perceber grande quantidade de detalhes e diferenças de cores. Os cães, por outro lado, têm no olfato seu sentido mais desenvolvido. Mostre o esquema do sistema olfatório dos canídeos (abaixo) para evidenciar as semelhanças estruturais. Enfatize que o cão possui muito mais células receptoras olfativas do que o homem, razão de seu sentido apresentar uma performance altamente superior à nosso. Provoque os estudantes pedindo que citem exemplos de uso dessa vantagem canina. Há diversos empregos desses animais em atividades de farejamento, que vão desde a detecção de drogas até a busca de pessoas desaparecidas ou soterradas.
Para seus alunos Olfato apurado
Esquema do nariz canino mostrado em ressonância magnética
Ilustração: Robles/Pingado
Ilustração: Robles/Pingado
Uma aplicação interessante é a ideia de treiná-los para identificar certas doenças em seres humanos, como câncer e hiperglicemia (veja indicação no final deste plano). Chame a atenção também para a audição aguçada dos cachorros, capazes de perceber frequências inaudíveis para nós, como as emitidas pelos famosos apitos para cães. Eles também têm maior sensibilidade para a percepção de intensidades sonoras muito baixas.

Por fim, enfatize o fato de que os diferentes animais percebem o mundo de maneiras diversas da nossa. Portanto, se quisermos entender o comportamento de um cão, ou de qualquer outro animal, devemos tomar o cuidado de não explicar suas atitudes com base nos padrões humanos, mas levando em conta essas diferenças que marcam sua maneira de ser.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Educação Ambiental: educando com alegria !

Acreditando no conceito de escolas como espaços educadores sustentáveis, o 

Movimento SOSBICHO aceitou o desafio de transformar um pedaço do páteo da Escola 

Estadual Dona Carola em ambiente propiciador de leituras e reflexões, em contato com a 

natureza, sem o consumo de energia que não seja a do sol. Transformou em beleza, com 

conteúdo poético, em homenagem à poeta paranaense Helena Kolody, um espaço que 

tinha paredes que nada diziam a seus alunos. Hoje, em parceria com a Rede Local do

 São Francisco, que viabilizou o trabalho voluntário do artista plástico e grafiteiro Gustavo

 Santos Silva, existe ali, um local agradável, com marcas da nossa cultura, que 

esperamos que seja propiciador de bons diálogos, de ninho para boas idéias, de cantinho

de curtição e de amizade. 



Gustavo Santos Silva e educadoras Isabel Carrilho, Laelia Tonhozi e Anete Susana Weichselbaum .

Atividade desenvolvida em 2012

sábado, 19 de julho de 2014

Atividades de Educação Ambiental do Movimento SOSBICHO

Próximas ações:

Dia 01 de agosto de 0214 - Escola Estadual Aline Picheth

Semana Cultural

Atividades:

Pela manhã: exibição de vídeos sobre a temática "Respeito a todas as formas de vida", diálogos, atividade artística com a produção de banner coletivo para ser exposto nas depedências da escola sobre o tema.

À tarde: exibição de vídeos sobre "Mudanças Climáticas e nossa responsabilidade coletiva", diálogos, atividades com a bola do Planeta Terra para fortalecimento de valores e plantio de árvore nativa como atividade de fortalecimento de conceitos.


Se vocé é professor, pedagogo ou dirigente de algum estabelecimento de ensino, procure-nos !
Teremos prazer em oferecer voluntariamente nosso trabalho !

Nossas atividades contam com a parceria do IPAEC - Instituto de Proteção Animal e Exercício da Cidadania.

Educadora Ambiental Laelia Tonhozi em aula
movmentososbicho@gmail.com
Coordenação de Educação: Educadora Ambiental Laelia Tonhozi

Palestra Araucaria +


TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL1


Este Tratado, assim como a educação, é um processo dinâmico em permanente construção.

Deve portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própria modificação. Nós signatários, pessoas
de todas as partes do mundo, comprometidos com a proteção da vida na Terra, reconhecemos o
papel central da educação na formação de valores e na ação social. Nos comprometemos com o
processo educativo transformador através do envolvimento pessoal, de nossas comunidades e
nações para criar sociedades sustentáveis e equitativas. Assim, tentamos trazer novas esperanças e
vida para nosso pequeno, tumultuado, mas ainda assim belo planeta.

I – Introdução
Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo
de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma
valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação
ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas,
que conservam entre si relação de interdependência e diversidade. Isto requer responsabilidade
individual e coletiva a nível local, nacional e planetário.
Consideramos que a preparação para as mudanças necessárias depende da compreensão
coletiva da natureza sistêmica das crises que ameaçam o futuro do planeta. As causas primárias de
problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e ambiental e da violência podem
ser identificadas no modelo de civilização dominante, que se baseia em superprodução e super
consumo para uns e subconsumo e falta de condições para produzir por parte da grande maioria.
Consideramos que são inerentes à crise a erosão dos valores básicos e a alienação e a não
participação da quase totalidade dos indivíduos na construção de seu futuro.
É fundamental que as comunidade planejem e implementem suas próprias alternativas às
políticas vigentes. dentre estas alternativas está a necessidade de abolição dos programas de
desenvolvimento, ajustes e reformas econômicas que mantêm o atual modelo de crescimento com
seus terríveis efeitos sobre o ambiente e a diversidade de espécies, incluindo a humana.
Consideramos que a educação ambiental deve gerar com urgência mudanças na qualidade de
vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanas e destes
com outras formas de vida.
II - Princípios da Educação para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global
1. A educação é um direito de todos, somos todos aprendizes e educadores.
2. A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer
tempo ou lugar, em seus modos formal, não formal e informal, promovendo a transformação
e a construção da sociedade.
1 Documento elaborado pelo Fórum Global das Organizações Não Governamentais, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento – Rio de Janeiro, 1992.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Por que e como podemos participar da construção de políticas públicas, acompanhá-las e avaliá-las.

CIDADANIA – ROSANA GNIPPER E ANDRESA JACOBS


Controle social: espaços de representação


06 de junho de 2009 às 16:39

Ao longo de nossa experiência prática na defesa dos animais, fomos compreendendo que, mais do que atuar de forma assistencialista para apagar o incêndio criado pela falta de visão de mundo que integra os seres vivos numa relação harmônica, havia a necessidade de envolvimento mais participativo da nossa parte nas tomadas de decisões políticas, no sentido lato, e não partidárias. Essa falta de visão, na prática, resulta numa série de condições de vida degradantes para a grande maioria dos seres – os não humanos. 
As ações que levam a decisões políticas interferem não só no rumo para o qual a humanidade está caminhando, mas também diretamente nas vidas dos outros seres com os quais compartilhamos a existência em nosso planeta.
A oportunidade de participação política se ampliou a partir do momento em que vários espaços de discussão entre os diversos setores da sociedade (governamental, empresarial e sociedade civil organizada) foram institucionalizados e divulgados, como um clamor para que a sociedade ocupasse seu assento na tomada de decisões da vida política do país.
Esses espaços levam o nome de Conselhos, Comitês, Fóruns, Conferências, cada qual com sua especificidade, objetivos, regras, composição, dependendo do foco principal das discussões. Por exemplo, Saúde, Meio Ambiente, Segurança, Cidades, Soberania Alimentar, Direitos Humanos etc. Alguns deles sendo criados, inclusive, a partir de Leis e não apenas por Decretos ou Resoluções. Formam-se no âmbito dos municípios e/ou estados e alguns deles são nacionais.
E, com nosso envolvimento direto, acabamos por descobrir um mundo novo de atuação na defesa dos animais, com mais possibilidade de mudanças reais a médio e longo prazo, ou seja, alterações que transformarão uma realidade, por meio de uma forma diferente de se ver e atuar no mundo.
Entre as dificuldades que encontramos para firmar nossas posições e avançarmos com mais rapidez, destacamos cinco itens:
– desinteresse da sociedade civil organizada com atuação na defesa dos animais em participar desses processos de decisão política;
– as instituições de defesa dos animais, quando presentes, não apresentam propostas pelos interesses dos animais, mas pelos interesses humanos na continuidade da exploração animal, o que retarda avanços possíveis e reais;
– a visão assistencialista, com foco em ações pontuais e imediatistas, impedindo a formulação de políticas de médio e longo prazo;
– perda de objetivos por parte dos representantes da sociedade civil organizada, que passam a ter postura de validadores de políticas governamentais preestabelecidas, em função de interesses pessoais ou empresariais;
– as entidades da sociedade civil organizada tomarem para si a responsabilidade que compete aos outros setores, particularmente ao governamental, tornando-se verdadeiras empresas terceirizadas, perdendo, dessa forma, a pureza dos seus objetivos.
Apesar das dificuldades encontradas, temos conseguido avançar tanto no discurso quanto nos resultados práticos, apresentando e tendo aprovadas propostas nas Conferências tanto de Meio Ambiente quanto de Saúde, que são deliberativas.
Conseguimos “segurar” algumas ações pretendidas e apresentadas nos Conselhos de Meio Ambiente e nos de Saúde (municipal e estadual) que feriam os Direitos Animais e a partir da atuação em Fóruns específicos (Agenda 21 e Mudanças Climáticas, por exemplo), temos conseguido colocar a discussão sobre Direitos de Todas as Formas de Vida, além dos Direitos Humanos, ou seja, expandindo o conceito de Direito para uma visão biocêntrica.
www.anda.jor.br

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Inventário da fauna silvestre curitibana

Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Bugio é um dos 40 mamíferos que vivem em CuritibaBugio é um dos 40 mamíferos que vivem em Curitiba
MEIO AMBIENTE

Muito além de jacarés e bugios

Inventário da prefeitura apontou a existência de 499 espécies silvestres coabitando a área urbana de Curitiba
22/04/2014 | 00:09 | 

A presença frequente de animais silvestres – como bugios, jacarés e capivaras – nos quintais curitibanos não é em vão. Levantamento da prefeitura apontou a existência de 499 espécies diferentes na área urbana da capital paranaense – quantidade que pode ser ainda maior, já que o trabalho ainda não chegou a todos os bairros da cidade.

“Ele [o inventário] ainda não está padronizado. Estamos trabalhando há bastante tempo, em consórcios com outras instituições, mas com esforços concentrados em algumas áreas”, afirma Vinicius Abilhoa, diretor do Museu de História Natural.
Segundo o De­­­par­­­tamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria de Meio Ambiente, 370 espécies de aves respondem pela maior parte desse inventário – mas há também 37 de peixes, 30 de serpentes, 10 de anfíbios, 2 de lagartos, 10 espécies de abelhas silvestres sem ferrão e 40 de mamíferos.
Do final de 2012 para cá, o curitibano teve encontros inusitados com algumas dessas espécies: na rodoviária da cidade viu uma capivara e no principal parque, o Barigui, topou com um jacaré na pista de corrida. No Uberaba, uma dona de casa se assustou com um enorme bugio – tipo de macaco. Já em uma empresa localizada na Rodovia dos Minérios quem deu as caras foi um veado, uma fêmea, que acabou capturado e solto no Parque Lago Azul, no Umbará.
Destino
Segundo Abilhoa, quando um desses encontros ocorrer, a pessoa deve imediatamente procurar órgãos ambientais, como o Ibama ou a Polícia Ambiental. O tratamento dispensado depois, porém, irá variar de acordo com a espécie. “No caso do bugio, por exemplo, o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) o acolheu porque ele precisava de cuidados. Há espécies, porém, que podem ser soltas na natureza imediatamente. Mas todas elas são catalogadas e monitoradas”, afirmou.
Em um documento da SMMA intitulado ‘A Cidade e Seus Bichos’, há menção aos riscos de se capturar todo e qualquer animal silvestre encontrado em meio urbano. “Esse efeito ‘tira daqui e bota em outro lugar’ pode causar, a médio prazo, uma migração forçada de animais. Mas [já existe] uma nova abordagem que permite, após o tratamento e microchipagem, a soltura de animais silvestres nativos em praças e parques da cidade”, diz trecho do documento.
Como são muitos grupos animais e a ocorrência deles depende das características de cada região, é comum encontrá-los em áreas distintas. Os bugios, por exemplo, estão mais na região sul de Curitiba, mas um deles foi visto no Uberaba – leste da cidade. Para não se assustar com uma aparição como essa, a regra é simples: deixe de lado a ‘biofobia cosmopolita’, acione os órgãos ambientais e desfrute do encontro.


fonte: gazetadopovo

A proteção e a defesa dos animais de Curitiba: o que queremos construir ?


A proteção aos animais tem sido garantida desde sempre pela sociedade civil. Isto não é novidade pra ninguém. O “estado”, leia-se municípios, estados, nação, têm olhado sempre os animais a partir de um viés da garantia da saúde e do bem estar dos humanos, desenvolvendo, embora de maneira sempre tímida, algumas políticas para a saúde dos animais, no entanto, sobretudo e sem dúvida com mais intensidade, o recolhimento para extermínio ou o extermínio direto, no caso, por exemplo, de pombos.

Quanto aos cães, gatos e cavalos, que por tradição cultural vivem conosco nas cidades, as políticas para a defesa e proteção da vida, há muito pouco tempo passaram a ser preocupação do estado, enquanto entes beneficiários diretos do direito de ter políticas públicas.

Em Curitiba, cidade onde moramos e atuamos pelos direitos animais, o cenário tem sido igual: os cidadãos têm se encarregado de fazer o papel que seria próprio do poder público, no que tange a cães e gatos, recolhendo, esterilizando, oferecendo atendimento de saúde e buscando lares para adoção. Quando a adoção não se faz, estes animais são destinados a abrigos, onde por questões comportamentais, de superlotação e carência de recursos, não têm a melhor vida.

Quanto aos cavalos, por absoluta omissão do estado,  são explorados por cidadãos de poucos recursos, o que se transforma em um “problema social”, segundo aqueles que viram as costas para boas políticas públicas para humanos.” Não se pode tirar os cavalos do trabalho porque tiraríamos o ganho dos miseráveis.” Assim, não é raro, senão freqüente, crianças no comando de carroças, puxadas por cavalos esquálidos e doentes, colocando a vida de todos em risco. As organizações de proteção animal são chamadas a socorrer – e o fazem – promovem todo o rito jurídico necessário a fim de responsabilizar os culpados nos casos cotidianos de acidentes e maus tratos, mas se obrigam a devolver os animais aos seus tutores (proprietários), na falta de adesão de juízes à garantia de direitos dos animais de não serem explorados, maltratados, esfolados vivos.

Curitiba cresceu muito enquanto cidade. Hoje conta com quase 2 milhões de habitantes. Segundo cálculos aceitos e aplicados na realidade latino-americana, teremos uma média de 500 mil cães em Curitiba, divididos em percentuais entre: 10% sem responsáveis (vivem nas ruas), 45%  com responsáveis, mas com acesso à rua (semi-domicialiados); 45% com responsáveis, sem acesso à rua.

Quanto aos felinos, os números não são confiáveis e quanto aos cavalos, estima-se 2.000.
Todos os seres vivos nos interessam: de peixes a pássaros, de abelhas a morcegos, do jacaré do Barigui ao leão do Zoológico. Dos animais utilizados no ensino e pesquisa aos animais utilizados como ou fontes de alimento . Todos eles merecem e têm direito moral e constitucional de terem suas vidas preservadas. Para isto é necessário boas políticas, que vão desde a qualidade das águas de rios, lagos, etc., da manutenção de bosques, praças, das árvores adultas, da paulatina evolução no conceitos de zoológico para santuários, em respeito aos animais. A ao par de todas estas medidas, políticas de educação ambiental que ensinem o amor e o respeito a todas as formas de vida.

E o cenário é muito ruim em terras curitibanas.

Temos em nossa cidade boas leis que foram sendo criadas nos últimos quinze anos, que se aplicadas fossem em sua plenitude, garantiríamos um bom presente e um futuro promissor aos nossos animais. Leis estaduais e federais, complementariam estas garantias.

Desde o ano de 2.005, temos o Conselho Municipal de Proteção aos Animais – COMUPA, criado para fazer o controle social, como o são os demais conselhos, constituídos por representações do estado e da sociedade civil.

O COMUPA teve suas atividades regulares e com bons avanços na garantia de direitos, na busca da construção de políticas públicas para os animais, por um elogioso período, que graças ao sacrifício e dedicação dos representantes da proteção animal, manteve-se ativo, organizado, produtivo.

Paulatinamente, com a gradativa recusa das entidades de oferecerem este suporte, que por lei é obrigação do município, que deve manter uma “secretaria-executiva”, bem como, dar condições de funcionamento ao Conselho, o município de Curitiba reitera o tratamento dado ao COMUPA,  como um ente de menor importância, não garantindo aquilo que está na lei, tal seja, repito, condições de funcionamento, com pessoal capacitado para exercer uma secretaria, telefone e endereço eletrônico para receber denúncias, oferecer informações, etc., local fixo para funcionamento. Assim funcionam os conselhos !

Não bastasse este virar às costas oficial e à falta de políticas públicas adequadas, suficientes, necessárias, permanentes, bem como o não cumprimento de vários compromissos de campanha da atual gestão municipal, assim como o descomprometimento dos representantes do município no desempenho de suas representações como Conselheiros (os há das secretaria de educação, saúde, meio ambiente e defesa social), que pouco comparecem às reuniões e sequer justificam suas ausências, hoje vemos outras representações ausentes no processo.

Orquestra-se a deslegitimação do nosso tão caro Conselho Municipal e Proteção aos Animais? Querem nos vencer pelo cansaço?

O que pretendem aqueles que se colocaram como membros de um Conselho que defende os que não têm voz para fazê-lo? Têm estes conselheiros o direito de se comportar de forma irresponsável?
O que esperar de uma gestão municipal que sequer compreendeu o que é uma política pública de verdade voltada aos animais, que não reconhece os animais como entes sujeitos de direitos, que não respeita os que os representam?

Somos ativistas e militantes porque cremos no futuro e nas pessoas. Cremos também na democracia e nas suas representações. Só não acreditamos em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, nem somos bobos.

Queremos políticas públicas de verdade, para gentes e bichos ! E para construir estas políticas nossos governantes dependem da adesão dos cidadãos às suas propostas e projetos. E isto se faz com respeito, diálogo e transparência.

Convidamos o Sr. Prefeito a estabelecer este diálogo, com o risco de perder a oportunidade de deixar a sua marca na política de proteção e defesa dos animais, assim como consta em seu programa de governo.
Aos cidadãos desta cidade, um convite à reflexão e ao diálogo, para que a verdade venha à tona.

Laelia Tonhozi
Educadora Ambiental
Cidadã Curitibana
Membro do Movimento SOSBICHO