“Existem doentes e não doenças” , dizia Hipocrates, Pai da Medicina (460 a 350 AC) e afirmava que existiam duas formas de curar: a cura pelos contrários(Crontraria Contrariis Curentur) e a cura pelos iguais (Similia Similibus curentur).
Da cura pelos contrários surgiu a alopatia do grego allos = contrario e phatia = doença, o tratamento das enfermidades tratadas com medicamentos contrários a ela, a dor , por exemplo,tratada com sedativos, a inflamação com antiinflamatório, a diarréia antidiarreico, tentando combater a doença.
Da cura pelos iguais surgiu a homeopatia – palavra de origem grega: hómóios = semelhante e pathos = doença, significa doença ou sofrimento semelhante, ou seja, empregar na doença que se deseja curar o medicamento que é capaz de produzir uma doença artificial muito semelhante à doença natural.
A homeopatia foi concebida em 1796 pelo medico alemão Samuel Hahanenann, que não aceitava a medicina drástica da época, que usava como técnicas terapêuticas as sangrias, sanguessugas e administração de vomitivos, purgativos, suadores e outras técnicas que debilitavam ainda mais o paciente. Usavam o mesmo método de tratamento para todos os pacientes. Era a época das grandes epidemias que assolavam a Europa e a população tinha pouco expectativa de vida.
Hahnemann ficou 14 anos afastado da medicina, optando ganhar a vida com traduções de livros médicos. Quando traduzia a matéria médica que citava os efeitos terapêuticos da China officinalis ou quinina (casca de uma arvore nativa da região dos Andes, usada pelos índios da América do Sul, para tratar a malária ou febre intermitente), percebeu a semelhança entre os sintomas da doença a malaria e o sintomas da intoxicação pela China; então resolveu tomar, triturou e tomou o pó da casca da arvore, comprovando que os sintomas da intoxicação eram os mesmos da doença.
Concluiu então que a quina era utilizada no tratamento da malaria porque possuía efeitos semelhantes em pessoas saudáveis. Animado com os resultados experimentou beladona, digitalis, mercúrio e outros medicamentos extraídos, dos três reinos da natureza: animal, vegetal e mineral. Iniciou a Experimentação, usando medicamentos em matéria ou substância bruta e percebeu que alguns pacientes desenvolviam quadros de intoxicação; então começou a fazer diluições e acima da CH 12 (Centesimal de Hahnemann) não tinha mais matéria e os experimentadores desenvolviam sinais e sintomas em outros níveis alem do material, os sentimentos, as emoções, as sensações e sonhos.
A Homeopatia vê o homem como uma unidade indivisível, formado de corpo, alma e princípio vital (tipo sutil de energia comum a todos os seres vivos, regula dinamicamente as sensações e funções do corpo e mantém suas partes em harmonia), ou seja, uma parte material visível e imaterial invisível.
A enfermidade é o desequilíbrio da energia vital que se manifesta por sinais e sintomas. As lesões que se localizam em um órgão ou tecido, não são a enfermidade, mas efeitos da enfermidade. A enfermidade é entendida como uma manifestação da energia vital na tentativa de equilibrar-se através de febre, vômitos, diarréia, prurido, inquietude, etc. Um paciente que desenvolve uma insuficiência renal aguda porque foi introduzido na família outro animal ou criança, se sente ameaçado.
O Veterinário Homeopata procura no seu paciente uma unidade, uma individualidade; busca encontrar correspondência em um medicamento que teve origem nos reinos da natureza, que diluído e dinamizado de acordo com a técnica farmacológica homeopática, libera a energia terapêutica, que estava latente na substancia bruta, passando a agir na energia vital do paciente através da similitude e levando a cura.
A Homeopatia possibilita ao Veterinário avaliar o paciente como um todo perceber onde está o desequilíbrio e porque ocorreu, uma visão eco-sistêmica, em rede, onde tudo está interligado e inter relacionado.
Não existe separação: compreendendo que tudo é uma rede de trocas com o meio onde se vive e se relaciona, podemos melhorar a qualidade de vida de todas as espécies animais.
Os animais de companhia, por exemplo, que têm que se adaptar a viver em apartamento, dentro de um quadrado, sem acesso à natureza: se não podemos mudar essa realidade, podemos orientar o seu responsável a fazer passeios diários, brincar quando chegam a casa, e se possível, encontrar uma companhia, que nem precisa ser da mesma espécie.
Animais convivem bem com os diferentes. Tobias é um cão SRD, que vive em apartamento e ficava de 12 a 15 horas sozinho. Estava sem pelos nas patas dianteiras e traseiras, diagnosticada como dermatite atópica e lambia entre os dedos que ficavam em carne viva; mostrando pela simbologia da pele, que o que estava faltando para ele era o contato com o outro ser. Após tratamento homeopático, Tobias esta com pelo nas patas não agride seus dedos e convive com Chico um gatinho adotado que se tornaram grandes companheiros.
Bibliografia:
- Hahnemann Samuel. Organon da arte de curar. 6ª edição - Buenos Aires.1976.
- Danciger,Elizabeth. Da alquimia a Homeopatia. Xenor Editora – RJ 1992.
- Capra, Fritjof. A teia da vida. Editora Cultrix – SP 1996.
Dra. Vânia Noureley Ayres da Silveira – Veterinária Homeopata –
Diretora do Centro Brasileiro de Homeopatia Veterinária e Estudos Sistêmicos.
041 – 3015 1485 – 9962 2550
Mais informações: http://cbhvet.com.br/
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