10/12/2013
O Governo do Paraná promoveu nesta terça-feira (10), Dia Internacional do Direito dos Animais, a segunda rodada de discussões para elaboração da Política Estadual de Controle Ético de Cães e Gatos. Cerca de 100 pessoas participaram do encontro, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em Curitiba.
Foram debatidos temas como a implantação de sistema de identificação e registro, esterilização de forma massiva e contínua, campanhas de educação em guarda responsável.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, a intenção é ter uma política interinstitucional e de longo prazo. “Não pensamos apenas em soluções imediatas, mas também em mudar a situação dos animais para melhor e de maneira definitiva”, comenta Cheida.
Segundo o secretário, a política estadual seguirá os cinco pilares recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): campanhas efetivas de esterelização, guarda responsável, controle de criadouros, campanhas de adoção dos animais e campanhas de identificação e registro.
EXPERIÊNCIA – O diretor do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), Marcos Traad, relatou a experiência de Curitiba para estabelecer critérios para criação da Rede de Defesa e Proteção Animal, até então, uma proposta inédita no país. Traad também foi diretor do Zoológico de Curitiba.
“Conseguimos ultrapassar barreiras financeiras, técnicas e administrativas para criar políticas específicas de proteção animal, envolvendo diferentes setores da sociedade. Elaboramos uma legislação de fiscalização que vem sendo implementada pela Prefeitura”, informou Traad.
O diretor do Detran mencionou a conversão gradativa das atividades que envolvem tração animal, para a tração mecânica, em andamento na instituição. “Sabemos da questão social envolvida nas atividades que utilizam a tração animal dentro da cidade e a educação para o trânsito está trabalhando nesta linha”, acrescentou o diretor.
DADOS - O censo populacional de cães e gatos é importante para o planejamento e avaliação das ações de controle nos municípios. Dados da OMS informam a existência de um cão para cada sete pessoas no Brasil. Em contrapartida, o último censo realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) aponta a existência de 450 mil cães na capital do Paraná. "Destes, 48% tem dono mas passam o dia nas ruas e apenas 3% não são domiciliados e vivem nas ruas", informa Rosana Vicente Gnipper, protetora independente e coordenadora do Seminário.
APOIO - A médica veterinária da Secretaria do Meio Ambiente de Pinhais, Solange Marconcin, disse que a iniciativa do Estado é fundamental. "Os cidadãos estão cobrando cada vez mais ações de proteção animal e controle populacional. Os municípios não terão resultados eficazes trabalhando de forma isolada, então a iniciativa do Governo é muito bem-vinda", avaliou Solange. A cidade de Pinhais possui um projeto de castração para animais que pertencem a moradores de baixa renda. São realizadas, em média, 49 castrações por mês. Além disso, a prefeitura também promove - em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) - o projeto Veterinário Mirim , que visa educar jovens e crianças sobre a guarda responsável e a proteção animal.
Já a educadora ambiental, Laélia Tonhozi, e representante da ONG SOS Bicho, avalia positivamente a troca de políticas públicas no Seminário. “A sociedade civil é que tem se encarregado de fazer a defesa dos direitos dos animais e a proteção animal de forma voluntária. Podemos contribuir com os gestores públicos e avançar nesta discussão”, declarou Laélia.
O deputado estadual, Rasca Rodrigues, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais da Assembleia, participou do evento e disse que o Seminário promovido pela Secretaria vai fortalecer outras ações existentes.
A próxima etapa das discussões será no dia 16 de dezembro, em Londrina. Os ciclo de debates serão realizados prioritariamente em regiões onde há centros de controle de Zoonoses, canis públicos, ou que já promoveram ações de extermínio de animais para controlar a população de cães e gatos. "Queremos mostrar justamente que é possível fazer o controle ético dos animais", finalizou Rosana Gnipper.
Fonte: Ceres Battistelli\SEMA
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