quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Tantos biguás! André de Meijer - Carta X

 Tantos biguás! 


Em 20 de julho último, vindo da minha casa desci do ônibus no terminal rodoviário de Antonina às 10:30h. Logo me dirigi ao cais ao lado, pois sabia que a maré-baixa tinha sido às 9:26h (horário nos Terminais Portuários da Ponta do Félix, a 4 km, em direção da saída da baía) e assim os bancos de lama ainda estariam parcialmente expostos, com muitas aves ali se alimentando. Ao chegar tive uma imensa surpresa: biguás (Phalacrocorax brasilianus) estavam passando em formação retilínea ao longo do cais e a duzentos metros dele. Vieram do sudeste (Paranaguá) e foram para o noroeste, em direção à Ilha do Corisco e o rio Cachoeira. Não sei quanto tempo já estavam passando desta forma na minha chegada e, assim, não sei quantos já tinham passado. Mas ainda pude apreciar o espetáculo ininterrupto por uns dez minutos até o último biguá ter passado. Pegou-me desprevenido e acabei nem tentando contá-los, o que talvez tivesse sido mesmo impossível. Somente filmando e depois repassando o filme em câmera lenta teria sido possível fazer uma contagem confiável. Afirmo que nunca na minha vida tinha visto tantos biguás. Posso apenas chutar o número: cinco mil indivíduos? Mas podem ter sido dez mil!
Maravilhado fui imediatamente contar essa novidade aos amigos da Peixaria da Bete, situado logo ao lado de cais. Eles, que têm um panorama permanente da baía, me livraram rapidamente do meu encanto, pois responderam: “Cara, você ainda não viu nada!”.
Estavam falando sério, ou estavam exagerando para impressionar o gringo?
Duas outras vezes vi em Antonina um número muito grande de biguás: em 22 de agosto de 2005 e em 27 de abril de 2008 havia uma concentração de aproximadamente 500 indivíduos no mesmo local na baía: a duzentos metros em frente à Ponta da Pita. Em ambas as vezes a presença de um cardume de peixes pode ter sido o motivo da reunião.
Apesar de o biguá estar presente todos os dias do ano no Complexo Estuarino de Paranaguá, concentrações tão grandes vi somente em abril, julho e agosto, talvez devido a deslocamentos naquele período (outono-inverno).
Pelos dados apresentados acima creio que em alguns momentos do ano o biguá é a ave aquática mais numerosa do Complexo Estuarino de Paranaguá. Em outros momentos do ano a ave estuarina mais abundante deve ser a garça-azul (Egretta caerulea), uma espécie de contagem difícil, pois se espalha pelos bancos de lama de todo o estuário para se alimentar. O maior número que consegui contar desta espécie foi um grupo de 161 exemplares em 18 de fevereiro de 2008, próximo a Ponta de Pita, num local de repouso durante maré alta. Na mesma data e no mesmo local contei um total de 134 exemplares do gaivotão (Larus dominicanus), que também está entre as aves mais numerosas do estuário.
Quando perguntei aos amigos da Peixaria da Bete quais são as aves aquáticas que eles julgam as mais numerosas da Baía de Paranaguá, responderam imediatamente: “O biguá e o gaivotão”. Estamos de acordo!
Para regiões estuarinas dos estados vizinhos, as aves aquáticas mais numerosas são a garça-azul para os manguezais de Santos-Cubatão, SP e o biguá e gaivotão para o Estuário do Saco da Fazenda, em Itajaí, SC (Alves et al. 2011).
No que se refere à periodicidade, na costa de Rio Grande do Sul foi visto um grupo de aproximadamente 3 mil biguás em janeiro, na Lagoa de Peixe (Belton 1984) e ali ocorrem grandes bandos desta espécie também em fins de agosto, na Lagoa dos Patos (Sick 1985). No último local a espécie é comum o ano todo (Vooren & Ilha 1995).
Na opinião de Moraes & Krul (1995), na costa do Paraná o biguá é menos populoso no período de maio a outubro do que no resto do ano. 
Segundo Alves et al. (2011) é “provável que populações de biguás de São Paulo, Santa Catarina e mesmo de Argentina efetuem deslocamentos após o período reprodutivo, até áreas mais quentes da região sudeste no outono e no inverno. Possivelmente, o aumento populacional verificado na Baía de Guanabara durante esses períodos, poderia estar relacionado a esses deslocamentos.”.
Voltando aos biguás que em 20 de julho passavam numa fila indiana interrompida em direção ao rio Cachoeira: será que pretendiam seguir aquele rio rumo a São Paulo? Os meus amigos na Peixaria da Bete, que nasceram e se criaram nesta região, acham que não. Segundo ele os biguás costumam subir o rio Cachoeira até certa altura, mas sempre voltam. 
Mudando um pouco do assunto, vi por duas vezes (29 de março de 2005 e 4 de abril de 2010), um pouco antes do nascer do sol, um bando de aproximadamente 40 biguás atravessar a minha casa (localizado na rodovia PR-405 km 9,5). Ambas as vezes voavam em formação cuneiforme ('V') para o oeste, em direção ao rio Cachoeira, que fica a 5 km da minha casa. Também vi uma vez (13 de junho de 2005), um pouco após o por do sol, um bando do mesmo tamanho atravessar Tagaçaba Porto da Linha, um povoado situado ao lado do rio Tagaçaba, a 22 km da minha casa. O fato de eu dispor de tão poucos registros destes sobrevoos crepusculares, certamente se deve ao horário combinado ao voo totalmente silencioso desta espécie. Já que as três observações foram feitas no período de março a junho cogito a possibilidade de esse ser o período reprodutivo da espécie, com o grupo se deslocando entre o ninhal e o local de pesca.
A respeito da época de reprodução do biguá encontrei o seguinte: em Rio de Janeiro ele nidifica no verão e outono (Alves et al. 2011), enquanto em Rio Grande do Sul foi encontrada nidificando em outubro (Belton 1984). No Paraná, encontrei um indivíduo em plumagem nupcial (com tufo branco atrás da região auricular) em 9 de março (1985), durante o meu levantamento da avifauna do Parque Regional do Iguaçu, em Curitiba. 
Talvez vocês se lembrem de que na circular de 29 de setembro do ano passado relatei a chegada de uma ave nova para os bancos de lama em frente ao cais de Antonina: o tapicuru-de-cara-pelada (Phimosus infuscatus). Vou aproveitar esta carta para lhes mostrar como tem sido a presença local da espécie desde então: vejam Tabela 1. 
Tabela 1. Contagens de indivíduos do tapicuru-de-cara-pelada vistos a partir do cais em Antonina: máximos mensais.
Data
Ano
2011
2012
Mês (1)
7
8
9
10
11
12
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Dia
4
4
22
23
7
5
4
8
2
1
14
17
25
16

Número de indivíduos
5
4
88
43
18
7
11
8
15
1
12
5
8
12

(1) Indicada pelo número correspondente ao mês.  
Como se vê na Tabela 1, após do recorde de 88 indivíduos em 22 de setembro de 2011, o número diminui rapidamente e tem se mantido abaixo de vinte indivíduos desde novembro. Na primeira metade de 2012 recebi de várias pessoas fotos dessa espécie tiradas nos bancos de lama de Paranaguá. Assim, creio que a maior parte dos indivíduos observados há um ano em Antonina tem se mudado para lá. 
REFERÊNCIAS
Alves, V.S., A.B.A. Soares, G.S. do Couto & J. Draghi. 2011. Padrão de ocorrência e distribuição de biguás Phalacocorax brasilianus na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasil. Ornitol. 19: 469-477.
Belton, W. 1984. Birds of Rio Grande do Sul, Brazil. Part 1. Rheidae through Furnariidae. Bull. Amer. Mus. Natur. Hist. 178: 369-631.
Moraes, V.S. & R. Krul. 1995. Aves associadas a ecossistemas de influência marítima no litoral do Paraná. Arq. Biol. Tecnol. 38: 121-134.
Sick, H. 1985. Ornitologia Brasileira, uma introdução. Ed. Universidade de Brasília, Brasília. 827 pp., 43 pl.
Vooren, C.M. & H.H. Ilha. 1995. Guia das Aves comuns da costa do Rio Grande do Sul. Imago Maris 2(1): 1-23.
(André de Meijer, 29 de agosto de 2012)



Proteção dos animais entra no debate eleitoral


REUTERS/Nacho Doce
REUTERS/Nacho Doce  / Em São Paulo, hospital veterinário Anclivepa, financiado pelo governo municipal, oferecendo serviços gratuitos de saúde para os animais de estimação dos moradores de baixa rendaEm São Paulo, hospital veterinário Anclivepa, financiado pelo governo municipal, oferecendo serviços gratuitos de saúde para os animais de estimação dos moradores de baixa renda
CURITIBA

Proteção dos animais entra no debate eleitoral

Especialistas e entidades do setor cobram investimentos no atendimento veterinário e no controle populacional
29/08/2012 | 00:24 | FERNANDA LEITÓLES, ISADORA CAMARGO, MARIANA SCOZ, KATNA BARAN E ANDERSON GONÇALVES

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Um dos temas que entrou para o debate em Curitiba na eleição deste ano é a proteção dos animais. Cuidado com os bichos que vivem nas ruas, atendimento de emergência e controle populacional estão entre as questões discutidas.
Para especialistas e entidades de defesa dos animais, as famílias que não têm condições para pagar pelo tratamento de seus bichos devem ter acesso ao serviço gratuitamente. A solução mais viável é a terceirização do atendimento, diz Alexander Biondo, professor do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR.
Para ele, a prefeitura deve fazer convênios com as universidades e utilizar estrutura e mão de obra dos hospitais veterinários da UFPR, da PUCPR, da Universidade Tuiuti e da Faculdade Evangélica. “Não adianta construir um novo hospital e não ter especialistas. Temos de aproveitar a estrutura que já existe”, afirma Biondo. Esses locais também poderiam ser acionados em casos de atropelamentos e outras emergências.
Outro problema é o aumento do número de animais nas ruas. Castração em massa dos bichos e campanhas para que as pessoas não abandonem seus animais são essenciais, segundo a presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Soraya Simon. “Temos que discutir e adotar programas permanentes de incentivo da posse responsável e da adoção de animais”, diz ela.
O próximo administrador de Curitiba também precisará melhorar a estrutura para fiscalizar casos de maus-tratos. “Precisamos de mais servidores da prefeitura para ir até o local do crime ambiental e estrutura para atender o animal – que muitas vezes está machucado –, além de abrigá-lo”, argumenta Soraya. “As entidades protetoras assumem a responsabilidade de abrigar e tratar desses bichos, mas muitas delas já funcionam acima da capacidade e quase sem condições”, completa Biondo.
De acordo com os dois entrevistados, também será preciso ampliar os recursos destinados à proteção animal para que as propostas sejam implantadas.

Propostas
Saiba o que os principais candidatos prometem em relação à proteção animal:
» Criar instância própria para tratar dessa área, com orçamento definido, além do Fundo de Defesa e Proteção Animal.
» Fiscalizar o cumprimento das leis de proteção dos animais, com atuação educativa, preventiva e punitiva.
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» Criar o Centro de Atendimento de Animais em Risco para abrigar os bichos que estão em situação de abandono.
» Ampliar a capacitação de professores municipais sobre guarda responsável.
» Garantir a microchipagem gratuita de animais.
» Intensificar a fiscalização sobre maus-tratos e manter parcerias com ONGs e universidades para orientar a população.
» Implantar um programa gratuito de esterilização de cães e gatos para famílias de baixa renda.
» Apresentar projeto de lei para proibir a utilização de animais em teste de produtos cosméticos na cidade.
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» Tratar do contingente de animais abandonados como forma de garantir "boa saúde pública da população".
» Instalar um pronto-socorro animal no Passeio Público.
» Estabelecer convênios com entidades protetoras e de adoção de animais.
» Prestar assessoria veterinária a pessoas que trabalham com animais, como trabalhadores da reciclagem.
» Manter a proibição do uso de animais em circos.
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» Criar um pronto-socorro para o atendimento dos animais.
» Criar um programa de castração de animais.
» Dialogar com as instituições que fazem o trabalho de cuidado dos animais abandonados e dar assistência a elas, mediante parcerias.
» Instalar um crematório para bichos mortos.
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» Criar de conselhos de proteção animal.
» Ampliar a estrutura do Controle de Zoonoses.
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» Firmar convênios com ONGs para possibilitar a proteção animal.
» Enviar à Câmara um projeto de lei para exigir que os proprietários coloquem chips nos animais, criando subsídios para famílias de baixa renda.
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» Criar programas educativos para a posse responsável e adoção de animais abandonados.
» Ampliar a castração de animas de rua.
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» Reestruturar o Centro de Controle de Zoonoses.
» Controlar a população animal.
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Fonte: www.gazetadopovo.com.br

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O valor do lixo: bom editorial da Folha de São Paulo


Poucos municípios levam a sério as metas do plano nacional para resíduos, mas a partir de agora correm o risco de ficar sem verbas

Editorial: O valor do lixo


Terminou neste mês o prazo para que municípios finalizassem seus Planos de Gestão de Resíduos Sólidos. Agora, os que não cumprirem o compromisso serão privados de recursos do governo federal para projetos de limpeza pública.
A exigência dos planos foi estipulada pela lei 12.305, de 2010, que institui uma política nacional para coleta e destinação de lixo. A legislação prevê para agosto de 2014 a extinção dos primitivos lixões, a implantação de aterros sanitários e a universalização da coleta seletiva. Tais metas não são nada triviais de atingir.
O Legislativo, acertadamente, estabeleceu a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos. Isso significa que todos --pessoas físicas, setor público e empresas-- têm deveres a cumprir.
Aos cidadãos caberá separar materiais recicláveis de orgânicos e fazer a devolução de alguns produtos após o uso. Os governos, nos três níveis de administração, terão tarefas, mas os municípios serão os responsáveis por serviços de coleta e destinação final dos resíduos.
As empresas terão de providenciar programas de logística reversa, para recuperar o resíduo gerado por seus produtos. É o aspecto mais complexo do processo.
A lei exige que a regra se aplique de embalagens de agrotóxicos a pilhas e baterias e de pneus e óleos lubrificantes a lâmpadas fluorescentes e eletroeletrônicos. Como já havia regulamentação para os três primeiros itens, os esforços voltam-se para os demais. Decidiu-se ainda, em acordo com a indústria, estender a logística reversa a embalagens e remédios vencidos.
As diversas cadeias industriais precisam apresentar propostas para o recolhimento do material. Aprovadas por um comitê formado por cinco ministérios, tornam-se acordos setoriais com o governo.

As dificuldades não são pequenas, em especial no que respeita aos custos que a operação acarretará. É quase certo que serão repassados ao consumidor, num primeiro momento, via preços; mas também se pode imaginar que o mercado premiará aqueles fabricantes que tornarem menos custosa a logística reversa --reduzindo as embalagens, por exemplo.
Quanto aos planos municipais, o Ministério do Meio Ambiente não tem uma estimativa de quantas cidades já cumpriram o objetivo, mas se sabe que alguns criaram projetos fantasiosos, só para não perder o acesso a verbas --o que é grave.
Até 2014, contudo, ainda há tempo para corrigir as distorções.

www1.folha.uol.com.br, 27.08.2012

Ricardo Abramovay: Vivemos em um regime de produtos com preços mentirosos



“Vivemos em um regime de produtos com preços mentirosos”. Entrevista com Ricardo Abramovay

As mudanças na perspectiva ambiental passam necessariamente por alterações no setor empresarial. Essa é opinião do economista Ricardo Abramovay, que esteve em Curitiba ontem para participar do Fórum Sustentabilidade e Governança – evento direcionado a gestores de grandes empresas.

Abramovay destaca que bem-estar e qualidade de vida não precisam estar atrelados a consumismo e desperdício de recursos naturais. O acesso a transporte público de qualidade, por exemplo, faria muitas pessoas desistirem de ter automóvel.

Autor do recém-lançado livro Muito além da economia verde, o professor desenha um panorama em que a valorização dos recursos ambientais afeta os preços dos produtos e propõe que o Brasil assuma o protagonismo mundial na construção de um novo modelo econômico.

A entrevista é de Katia Brembatti e publicada pelo jornal Gazeta do Povo, 22-08-2012.
Eis a entrevista.
O senhor combate a ideia do crescimento como único caminho para o desenvolvimento. No entanto, apostar na eficiência como via para o desenvolvimento não colocaria as nações mais ricas em posição de ainda maior superioridade?

Não, porque os responsáveis pela eficiência são as empresas que hoje têm uma presença global. Isso por si só não é um fator que compromete a competitividade de países mais pobres em benefício de países mais ricos. A matriz energética dos Estados Unidos e do Canadá está se tornando mais dependente de combustíveis fósseis. É verdade que o gás tem uma presença forte e é menos nocivo que o carvão, mas isso significa que esses países vão investir em energias renováveis menos do que a gente esperaria. Vão ampliar as suas capacidades competitivas, ao menos até 2020, não com base na adoção de energias renováveis não acessíveis a outros países, mas em energia suja ou um pouco menos suja. Então, não acho que isso traga um componente adicional de desigualdade.

Alguns países não se mostram sensíveis à necessidade de usar energia mais limpa. Existe um mecanismo capaz de forçar essa mudança ou isso é da regra do mercado?

O mecanismo que existe é muito frouxo, como os tratados internacionais. E o aquecimento global talvez seja uma das questões mais importantes para o futuro da espécie humana. O fato é que sabemos que estamos numa rota que coloca a temperatura média do planeta durante o século 21 acima de 2 graus celsius. Existem instâncias locais e nacionais com metas precisas. Mas a humanidade não tem uma meta de redução de emissões para fazer frente a esse aumento de temperatura.

Como integrante de um grupo de pesquisa de mudanças climáticas, o que tem a dizer aos céticos sobre o aquecimento global?

Leiam as revistas científicas. Os grupos que negam as mudanças climáticas publicam apenas o que se chama de literatura cinzenta. Ciência não é verdade nem certeza. Ciência é crítica e dúvida, mas qualificadas. A qualificação está na avaliação pelos pares, através das revistas científicas de qualidade. Eu fui ver os currículos dos 18 professores que enviaram para a presidente Dilma Rousseff um manifesto dizendo que o aquecimento global é uma bobagem. Nenhum deles tem publicação científica nos últimos cinco anos em uma revista de qualidade sobre mudanças climáticas.

Fazer os que usam helicóptero passarem a andar de bicicleta é o caminho? Ou será preciso esperar o nascimento de uma nova geração?

A ideia de que é preciso persuadir os mais ricos não leva em conta como ocorrem mudanças sociais. O que tem de válido nessa ideia é que mudanças sociais da envergadura que precisaremos enfrentar vão exigir lideranças, que vêm do setor privado, associativo e governamental. É muito importante localizar essas lideranças. Pelo exemplo, pela narrativa que são capazes de criar, elas incutem um espírito de que é possível fazer as coisas de uma forma diferente. Mas as mudanças precisam atingir os cidadãos.

E como é possível chegar aos cidadãos?

Eles precisam ser colocados diante de situações em que a renúncia a produtos e serviços característicos da sociedade de consumo e de alto impacto sobre o meio ambiente não signifique piorar a qualidade de vida. O melhor exemplo é o transporte coletivo. Hoje as pessoas amam o carro como se, por si só, ele fosse um valor, mas se nós vivêssemos numa sociedade como em Londres, em que o transporte público realmente funciona, as pessoas não iam querer ter carro porque é um gasto absurdo.

A solução é a combinação de pequenas mudanças?

É preciso uma posição firme para ter grandes mudanças. Ou seja, mudanças que representem rupturas para o modelo de hoje. O gradualismo não está funcionando e não vai funcionar. Temos hoje o consumo da biodiversidade, a elevação das temperaturas, as cidades cada vez menos amigáveis, embora com mais riqueza – mas menos gente participando dessas riquezas.

O senhor palestrou para um público empresarial. Que semente espera ter plantado?

A mais importante é de a que a inovação tem que ter um foco não apenas na diminuição de custos, no aumento da produtividade, mas, sim, na sustentabilidade, no melhor uso dos recursos, na urgência de promover reciclagem, reuso, redução de resíduos. As pessoas que participam de um seminário como esse estão buscando caminhos de mudanças além das graduais que a sociedade está passando.

Será que esses empresários vão conseguir fazer a ruptura que defende?

Se eles não conseguirem fazer a ruptura com as formas tradicionais de tocar os negócios, os resultados vão ser catastróficos para eles e piores ainda para nós. Porque, de qualquer maneira, a mutação pela qual nós temos que passar está ligada à invenção, à experimentação que se materializa na empresa e só depois vai para o conjunto da sociedade. E os parâmetros não podem ser só os preços e a obtenção de lucro. Precisamos corrigir isso. Vivemos em um regime de produtos com preços mentirosos.

Como assim?

O sistema econômico não paga pelo conjunto de bens que usa. São os serviços ambientais, como água, biodiversidade, lixo, mudanças climáticas etc. Se a cadeia siderúrgica japonesa, por exemplo, precisasse pagar o real valor da água que usa, os lucros cairiam 40%.

Colocar no preço dos produtos o valor dos serviços ambientais é a saída?

Sim. O problema é que no Brasil somos dependentes de uma economia que usa fortemente os serviços ambientais e toda nossa estratégia não é no sentido de valorizar esses recursos. Acho que é uma estratégia equivocada. O Brasil tinha que liderar um grande movimento internacional para elevar a barra de preços dos produtos primários para um outro padrão, aos moldes da certificação FSC, do setor madeireiro. Mas a nossa diplomacia não vai nessa direção.

As empresas estão realmente interessadas em ser sustentáveis?

Na sua esmagadora maioria, não. Pesquisas internacionais mostram que 80% das empresas estão preocupadas com meio ambiente, mas isso não quer dizer nada. Não significa que o empresário incorporou mudanças ao modelo de negócio dele. E aí mais uma vez os preços vão ter papel fundamental.

As ações individuais adiantam ou a mudança de paradigma só vai funcionar em escala?

A atitude individual tem função importante pelo seu caráter exemplar, mas só vai funcionar quando for em escala.

Sem alimento, granjas matam pintinhos: Movimento SOSBICHO encaminha denúncia e pedido de investigação do Ministério Publico do Paraná




                        Consta noticiado pela imprensa (Folha de São Paulo, Caderno Mercado, página B 8, de 28 de agosto de 2012) , notícia alarmante de que pintinhos criados por granjas ou avicultores estariam sendo mortos ou em vias de o serem, por falta de alimento. Alerta-se inclusive que  “A sociedade protetora dos animais teria de, inclusive, entrar nisso. Isso é tortura.”, declaração do agricultor Valdemiro Kreusch, da Cooperativa COPASOL, sediada em Curitiba.

A notícia:
Sem alimento, granjas matam pintinhos
DE CURITIBA

Os frangos criados pelo avicultor Floriano Milka, que tem granja em Mandirituba (região metropolitana de Curitiba), com 22 dias, já deveriam estar pesando 900 gramas, mas estão com 550.
Franzinos, os animais estão sem ração suficiente desde que o frigorífico Diplomata, para o qual Milka vendia sua produção e que fornecia alimento para os frangos, fechou as portas, em julho.
A empresa, que entrou em processo de recuperação judicial na semana passada, informou que o alto custo de insumos a obrigou a fechar a filial de Mandirituba e, em seguida, pedir recuperação.
A Diplomata é só uma das várias empresas de médio e pequeno porte que têm sucumbido à crise do setor. Em Santa Catarina, duas granjas chegaram a matar pintinhos no mês passado porque não teriam ração (nem dinheiro) para alimentá-los.
"Existem pintos morrendo por falta de ração. A sociedade protetora dos animais teria de entrar nisso. Isso é tortura", afirma o agricultor Valdemiro Kreusch, da cooperativa Copasol, sediada em Curitiba.
Sem receber ou quase sem lucro, produtores têm abandonado o setor, especialmente aqueles cuja produção era vendida para empresas em má situação financeira.
Mesmo os integrados a gigantes como BRF e Marfrig estão sofrendo. "Só está sobrando migalha. São quatro ou cinco centavos por cabeça", diz o avicultor Amarildo Brustolim, de Dois Vizinhos (PR), onde a BRF tem fábrica.


           
TEOR DO OFÍCIO NO. 30/2012 encaminhado ao CAOP - Meio Ambiente - Curitiba - PR

 Consta noticiado pela imprensa (Folha de São Paulo, Caderno Mercado, página B 8, de 28 de agosto de 2012) , notícia alarmante de que pintinhos criados por granjas ou avicultores estariam sendo mortos ou em vias de o serem, por falta de alimento. Alerta-se inclusive que  “A sociedade protetora dos animais teria de, inclusive, entrar nisso. Isso é tortura.”, declaração do agricultor Valdemiro Kreusch, da Cooperativa COPASOL, sediada em Curitiba.

Diante de tal notícia, cabe ao Movimento SOSBICHO de Proteção Animal solicitar a esta Promotoria a investigação sobre tal fato trazido pela imprensa, na busca de providência para a defesa contra o maltrato aos animais envolvidos, que prenunciam flagrante atentado à Lei dos Crimes Ambientais – art. 32 da Lei 9.605/1998 e ao artigo 225 da Constituição Federal.

As aves objeto desta solicitação, embora estejam sendo criadas para a alimentação humana e que venham a ser fatalmente mortas, devem, durante o período em que se mantêm vivas, estar acolhidas e garantidas por regras de bem-estar animal, tal seja, devem receber o tratamento mínimo para o atendimento de suas necessidades, dentre elas o direito ao recebimento de água, alimento condizente à sua espécie, idade e necessidade nutricional.

Sendo o que se apresenta no momento, aguarda providências urgentes, visto que a vulnerabilidade dos referidos animais assim o exige, bem assim, a busca dos responsáveis pela possível infringência a dispositivos legais.
           

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Métodos substitutivos no ensino e pesquisa: PUC Paraná aposta nos simuladores


Felipe Rosa / Gazeta do Povo
Felipe Rosa / Gazeta do Povo / Laboratório de Habilidades Clínicas e Simulação da UPLaboratório de Habilidades Clínicas e Simulação da UP
SALA DE AULA

Prática adquirida com o uso da tecnologia

Cursos de diferentes áreas têm apostado cada vez mais no uso de simuladores para fazer os alunos desenvolverem capacidades profissionais
27/08/2012 | 01:09
Adriana CzelusniakComente!
Felipe Rosa / Gazeta do Povo
Felipe Rosa / Gazeta do Povo / Laboratório de Habilidades Clínicas e Simulação da UPAmpliar imagem
Laboratório de Habilidades Clínicas e Simulação da UP
Completo por dentro e por fora
Divulgação / Anhembi Morumbi 
Uma grande lista de recursos acompanha o cão Jerry (foto), produzido pela empresa norte-americana Rescue Critters para substituir cachorros verdadeiros durante as aulas. Ele é capaz de emitir 24 sons diferentes, similares aos de um paciente canino em um hospital veterinário. O robô possui pulmão artificial e sistema circulatório, no qual é possível aplicar injeções e coletar um líquido que simula o sangue, além de boca e garganta muito próximas do natural, que são usadas para treinamento de intubação.
Quer mais? Os ossos da perna traseira podem ser substituídos por outros com diferentes tipos de fraturas. No Brasil, o cão-simulador ainda não se popularizou devido ao alto custo (um dos modelos é vendido por US$ 3 mil), mas já é usado em instituições como a universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo.
Ratos virtuais em uso na PUCPR
Aniele Nascimento / Gazeta do Povo 
A partir deste semestre, alunos de Psicologia da PUCPRencontraram uma novidade no câmpus. Depois de um ano e meio de ensaios, o programa Sniff está em funcionamento no Laboratório de Psicologia Experimental. O uso do software tem a pretensão de substituir os ratinhos mantidos no Biotério da instituição. “Os ratos são os animais mais usados na Psicologia por serem mamíferos inteligentes e de comportamento dócil, além de nos ensinarem pelo condicionamento muitos princípios do comportamento humano”, conta o coordenador do curso,Nain Akel (foto).
Com os ratinhos virtuais, a mesma observação poderá ser feita sem que animais sejam sacrificados no fim do semestre. “Há professores que dizem que a aprendizagem com os animais é mais eficiente. Talvez seja, mas a ética deve prevalecer sobre o gosto ou preferência e vamos aproveitar esse avanço científico.”

Eles parecem videogames desenvolvidos para adultos, mas a sua utilidade está longe do entretenimento. Simuladores têm sido usados em vários cursos superiores para facilitar a dinâmica das aulas e trazer mais realismo aos estudos. Assim como um piloto usa softwares e equipamentos para aprimorar seu desempenho, testar planos de voo e simular falhas mecânicas em um avião, acadêmicos de diversas áreas têm o computador como um aliado à formação. Entre as possibilidades estão experimentar propriedades da Física – como movimento, som, radiação e calor – e até testar procedimentos médicos em animais robotizados. O resultado é um recém-formado pronto para a prática da profissão.
Nas Engenharias, os simuladores são fundamentais, pois, ao lado dos cálculos matemáticos, ajudam a tornar processos mais eficientes, seguros e baratos. O professor de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) José Foggiatto mostra como exemplo as análises térmicas e os programas que avaliam a resistência de materiais a partir de testes do esforço a que eles são submetidos. “Não se coloca uma peça em um carro sem antes simular e avaliar a geometria e a tensão”, explica.
A evolução dos simuladores também contribuiu muito para a segurança. Em indústrias, pela automação, um braço de robô pode ser projetado para substituir pessoas na área de soldagem, por exemplo. “Sem o simulador, haveria muita chance de erro na linha de produção. Os robôs podem substituir homens em serviços perigosos e livrá-los de problemas de saúde”, explica Foggiatto.
Humanização do ensino
Em cursos de outras áreas, como Medicina, Odontologia, Veterinária, Enfermagem, Fisioterapia e Educação Física, também há cada vez mais opções de programas de computador capazes de simular procedimentos e reações humanas e animais. Entre as imitações possíveis estão a dissecação, o laboratório e a realidade virtual.
Na dissecação virtual, por exemplo, é possível avaliar uma rã pelos seus sistemas esquelético, muscular e digestivo, em diferentes camadas e níveis de transparência. Laboratórios computadorizados permitem estudos específicos, como analisar a fisiologia dos nervos com o uso do mouse. Já a realidade virtual usa a tecnologia dos jogos para simular procedimentos clínicos.
Segundo Ipojucan Calixto Fraiz, coordenador do curso de Medicina da Universidade Positivo, o uso de softwares simuladores e de peças sintéticas na formação dos médicos representa avanço nas propostas de humanização do ensino. “Os alunos têm atividades no Laboratório de Habilidades Clínicas e Simulação e no Morfofuncional durante os dois primeiros anos de formação, antes de frequentar os hospitais, o que representa o respeito aos futuros pacientes”, afirma.
Investimento
O alto investimento é um dos empecilhos para a disseminação de simuladores modernos em universidades brasileiras. Apesar do custo elevado, a bióloga e mestre em Microbiologia Nagomi Kishino defende que o gasto compensa. “Eles [os simuladores] têm a vantagem de serem usados repetidas vezes. Assim, em um curto espaço de tempo, compensam os gastos com a manutenção de um biotério [onde são criados os animais para pesquisa e ensino]”, afirma.
Resistência é superada com o tempo
Entre os principais objetivos do uso de simuladores na área da Saúde está a substituição de cadáveres e animais nos laboratórios das universidades. Apesar da resistência de professores e alunos em relação à troca, a comprovação da eficiência das novas alternativas tecnológicas sustenta a mudança adotada pelas instituições, segundo João Bizario, diretor de Ciências da Saúde da Laureate Brasil, rede internacional com 11 faculdades no país.
Na Laureate, a oposição foi contornada com a capacitação de docentes, que passaram a conhecer novos métodos de ensino em visitas a outras instituições nacionais e estrangeiras. Com o tempo, os estudantes também desmistificaram a ideia de que precisam trabalhar com cadáveres ou animais e perceberam a importância dos simuladores. “Nossos alunos podem desenvolver competências – como passar sonda, fazer intubação ou aplicação de medicamentos – em robôs que representam o corpo humano completo. Usamos simuladores de alta complexidade para que não atendam um paciente sem ter feito aquele procedimento antes”, explica.
Fórmula 1
Segundo Nain Akel, coordenador do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), se um piloto de Fórmula 1 mentaliza um circuito e pratica manobras usando uma espécie de videogame, estudantes também podem desenvolver capacidades com o uso de simuladores. “Por que o professor precisa usar o rato de laboratório com os alunos se já temos um software eficiente que o substitui?”, questiona.
>>> Confira as opiniões de alunos de diferentes cursos sobre o uso de simuladores na faculdade:
“Não tivemos contato com simuladores, mas você chega às empresas e elas só usam esses softwares. Quem não faz curso por fora tem de aprender na marra. A universidade deveria ensinar as ferramentas que as empresas usam atualmente.”
Leandro Mendes, recém-formado em Engenharia Mecânica.
“Na minha formação tive experiência rica usando ratos, pombas, rãs, peixes e insetos. O aluno precisa mesmo mexer nesses animais? Algumas coisas mudaram. Hoje, na UEL, o insetário [mostruário de insetos], que levava à morte centenas de insetos, não é mais feito, assim como o eletrocardiograma de rãs. Contudo, os professores ainda não têm o costume de oferecer alternativas.”
Nagomi Kishino, bióloga e mestre em Microbiologia.
“Em algumas disciplinas, os simulares podem ser essenciais ao aprendizado. Considero de grande importância o uso ético de animais e cadáveres no ensino. Em Farmácia, temos aula de Anatomia com cadáveres humanos e usamos animais para ensaios pré-clínicos de drogas e medicamentos. Sem o uso deles não seria possível fazer esses estudos.”
Kleber Berté, formado em Farmácia.
“Durante as aulas, não tivemos contato com cadáveres. Só com vídeos, bonecos e peças sintéticas. Se desse para trabalhar com o real, pelo menos nas aulas de Anatomia, seria melhor, pois as peças não permitem ver todos os detalhes. Mas não posso dizer que não aprendi ou que o ensino foi prejudicado por isso.”
Vagner Machado Gueber, recém-formado em Enfermagem.
>>> Como simuladores são ou poderiam ser usados em sua formação? O aprendizado é eficiente? Deixe a sua opinião!

Fonte: Gazeta do Porov, 27 de agosto de 2012
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