Ativistas resgatam e doam 200 beagles usados em testes
18 de Outubro de 2013 •
Pelo menos 150 ativistas invadiram o Instituto Royal, em São Roque, para resgatar mais de 200 cães da raça beagle, que eram usados em testes de produção de farmacêuticos. O grupo se surpreendeu com os maus tratos a que os animais eram submetidos no local, e encontrou cães mortos, alguns com os olhos arrancados, e até um cachorro congelado.
Os animais são usados em testes de novos medicamentos, e, de acordo com os ativistas, fetos de ratos também foram encontrados no laboratório. O objetivo dos cruéis cientistas é comprovar a existência de possíveis reações adversas causadas pelos remédios, como vômitos, diarreia, perda de coordenação e até convulsões. Na maioria das pesquisas, os cães são sacrificados antes de completarem um ano, para que seja possível analisar os efeitos dos novos medicamentos no organismo com mais eficiência. No Brasil, é permitido utilizar ratos e cachorros para experimentos.
Em 2012, o Instituto Royal afirmou que segue todas as regulamentações brasileiras e internacionais para as pesquisas com animais em laboratórios. De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo, a corporação negou os maus tratos realizados com os bichos. Além disso, pelo menos 66 beagles estão enjaulados no canil da empresa – a maior parte deles é reprodutora dos filhotes que participarão dos testes cruéis.
O CicloVivo procurou o endereço do local, porém o site e os e-mails estavam fora do ar até o fechamento desta reportagem. Por meio do Facebook, os ativistas estão realizando uma campanha de adoção dos bichinhos que estavam presos.
No ano passado, Instituto Royal começou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo após as denúncias de maus-tratos aos animais. "Recebemos a denúncia de que esses animais são acondicionados em condições irregulares", contou à Folha Wilson Velasco Jr., promotor do Meio Ambiente em São Roque. E não para por aí: em 2012, o instituto disse que iria fornecer animais para experiências em outros laboratórios.
Em contrapartida, a instituição considerou os ativistas como invasores, e declarou ao jornal Zero Hora que vai denunciá-los. O nome do diretor científico do instituto é João Antônio Pegas Henriques, que acusa os manifestantes por saques e danos na estrutura.
Redação CicloVivo
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