GABRIEL BITENCOURT
Os fogos de artifício, a tradição, o custo, os animais e a poluição
29 de julho de 2011 às 11:59
Nos jogos de futebol, nas festas de final de ano, em festas religiosas, entre tantas comemorações, é muito comum o uso de fogos de artifício. É uma tradição.
No período de festas juninas, seu uso aumenta muito.
Ao final das festas promovidas pelos governos municipais, os prefeitos e a mídia gostam de alardear números: tantas toneladas de fogos foram queimadas; um espetáculo que durou tantos minutos…
A barulheira dos fogos está intimamente associada a comemorações e sua beleza plástica é impressionante. Impressiona tanto que faz com que não se pensem em coisas razoavelmente simples e que, provavelmente, nos fariam querer acabar com essa anacrônica e insensata tradição.
Não vou abordar situações relativas aos acidentes na produção e na comercialização e tampouco o uso, infelizmente comum, de mão de obra infantil na fabricação de fogos.
Comecemos pelo que, hoje em dia, mais encanta na moderna pirotecnia: as cores. As brilhantes cores dos fogos de artifício são resultado da queima, em alta temperatura, de sais de metais como o bário, o magnésio, o cálcio e do nitrato de estrôncio que, além do gás carbônico, produzem poluição na atmosfera provocando prejuízos à saúde.
Quanto ao som, ou melhor, quanto à poluição sonora, pergunto: que direito tem o Poder Público de atrapalhar o sono e o sossego de crianças, de idosos, de acamados, de pássaros e de outros animais?
Com relação a estes, estatísticas de organizações não governamentais mostram que é durante as explosões de fogos nas tradicionais festas que acontece o maior número de fugas e atropelamentos de animais. Desesperados e atordoados, correm sem destino, assustados pelo ensurdecedor divertimento dos seres humanos.
Aliás, com base nestes impactos ambientais, o Comitê Olímpico Internacional estuda a possibilidade de proibir o uso de fogos na abertura e no encerramento dos próximos jogos olímpicos, substituindo-os, por exemplo, por luzes e raios laser.
Vou um pouco mais longe: que direito tem o Poder Público de queimar, com os fogos de artifício, o dinheiro público? Alguém sabe, por acaso, o quanto se gasta?
Nos próximos “espetáculos pirotécnicos”, ao final destas festas juninas, quando, depois de alguns minutos, você já estiver com dor no pescoço e meio cansado de olhar para aquela explosão de cores e seus ouvidos ensurdecidos pelo barulho, pense um pouco nisso.
Será que vale a pena tantos prejuízos em nome de uma suposta tradição?
P.S. Enquanto perdura esta “tradição”, em dias em que a “queima de fogos” é prevista (festa de final de ano, jogos da seleção, final de campeonato de futebol, entre outras comemorações), tome atitudes que possam dar segurança aos animais e, quando em ambiente fechado, promova ações que provoquem o máximo de isolamento acústico.
Outros escritos sobre o tema:
http://www.vitrine25demarco.com.br/coluna_detalhe.php?codeps=MTd8MTAyfA==
http://www.pea.org.br/cuidados/fogos.htm
http://revistaecotour.blogspot.com/2011/01/os-impactos-dos-fogos-de-artificio.html
http://www.piavabranca.com.br/artigo.php?id=55
http://www.pea.org.br/cuidados/fogos.htm
http://revistaecotour.blogspot.com/2011/01/os-impactos-dos-fogos-de-artificio.html
http://www.piavabranca.com.br/artigo.php?id=55
http://www.anda.jor.br/29/07/2011/os-fogos-de-artificio-a-tradicao-o-custo-os-animais-e-a-poluicao
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