terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Almirante Brown, uma experiência bem sucedida de política pública. O que ela tem de diferente?

 No ano de 2008 já tinha todos os motivos para me interessar pela política pública implantada em uma cidade chamada Almirante Brown, na Província de Buenos Aires, Região Metropolitana da capital argentina.

Já tínhamos notícias de que naquela cidade se desenvolvia um controle ético de populações de cães e gatos, como política pública, de graça para a população e com uma abrangência cuja quantidade de procedimentos superava qualquer iniciativa brasileira ou sul-americana.
Quando decidi que a minha monografia na pós-graduação em Meio Ambiente trataria do assunto, não tive dúvidas: em abril de 2009 desembarquei em Almirante Brown, para ver de perto se era tudo verdade.
E era: por pressão da sociedade civil, o município passou a desenvolver desde o ano de 2000, por Lei Municipal, a esterilização e o atendimento de animais gratuitamente, na medida da demanda que a própria sociedade determina. Isto quer dizer: todos os que procurarem o serviço social de saúde serão atendidos. E um detalhe: todos procuram.
Quais são os diferenciais básicos desta política? Sempre nos perguntam isto e dão o exemplo de outras cidades brasileiras que também esterilizam animais.
A nosso ver, a diferença básica está em considerar que se educa para a guarda responsável de animais pela esterilização cirúrgica e pelo tratamento que se dá no cão ou no gato tutelado pelo cidadão.
Ao invés de promover programas educativos de guarda responsável de animais, recomendando aos cidadãos o atendimento às necessidades de seus tutelados, o município argentino oferece o serviço aos seus cidadãos, de forma que ele possa exercer a guarda responsável.
A partir do momento em que o cidadão procura o serviço, está reconhecendo o valor do animal sob sua guarda. O animal deixará de ser um “incômodo” e passará a fazer parte da família. Com o tempo, eles serão raros, pois poucos estarão nascendo; eles serão longevos, viverão mais tempo com a família, pois estarão livres de doenças de motivações hormonais ou decorrentes de contatos com outros animais doentes; estarão livres das agressões e rejeição, devido à intolerância da comunidade humana pela manifestação natural de uma cadela ou uma gata no cio, disputadas pelos machos da espécie. E mais, estabelecerão um vínculo duradouro e aprenderão que os animais são seres que devem ser cuidados e respeitados.
Assim, a comunidade de Almirante Brown acreditou na educação-ação e hoje já reconhece que o controle da procriação é necessário, não só pelo bem dos animais, mas também pelo bem das pessoas, que ficam melhores quando praticam a boa cidadania.
O Movimento SOS Bicho de Proteção Animal trouxe a representante do Programa, Mariza Antoniazzi a Curitiba, onde promoveu no ano  de 2009, um Seminário para que mais pessoas possam acreditar que é possível desenvolver uma política pública de esterilização de animais, como estratégia de saúde e de educação. Mantemos um diálogo permanente com os coordenadores do projeto argentino e somos responsáveis pela divulgação desta experiência no Brasil.
Quando um novo modo de viver se modifica em uma sociedade, este comportamento torna-se a regra a ser seguida. É o novo valor que serve de modelo e de parâmetro. De forma que investir e acreditar que podemos mudar a nossa cultura, é o primeiro passo para atingirmos a nossa meta.
 Nos links abaixo você pode conhecer um pouco do que eu conheci lá.
 Laelia Tonhozi
Educadora Ambiental
Movimento SOSBICHO

   Acesse:
  CMSAZ 2007: http://video.google.es/videoplay?docid=-2408599816125042719
 Un día en el CMSAZ: http://video.google.es/videoplay?docid=6941004456669479916
 Também se pode assistir ao video de USA sobre Castraçao Precoce....
 Esterilización Temprana: http://video.google.es/videoplay?docid=-2945690281681159795&hl=es


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