sábado, 29 de janeiro de 2011

De ratos, coelhos, pombos, cães, gatos, cavalos, porcos, peixes e macacos.

Entre você e a exploração de animais em experimentos há mais laços do que você imagina.
Vejamos: os animais têm sido usados na indústria da alimentação para verificar se o alimento que vamos comer não vai nos fazer mal; na indústria cosmética e farmacêutica, para verificar se não vamos ter alergia do batom ao antibiótico de última linha, se não vamos ter um ataque cardíaco, se não vamos engordar emagrecer, morrer, enfim, para verificar a eficácia de determinado produto ou a cura para as doenças. São usados no mundo da pesquisa, da ciência, para examinar nossos comportamentos diante de determinadas alterações químicas, físicas, ambientais, etc.
Muitos testes, além de nocivos, são letais. Para estudo, os animais são usados como modelos para que possamos aprender como manipular os corpos biológicos.
 E entre outros e tantos usos, também hoje servem para indústria bélica (isto mesmo!), pela indústria de armamentos, o que definitivamente nos impõe a pergunta: podemos tirar algum bem diante de tanto mal?
Bem: considera-se experimentação animal toda e qualquer prática que utiliza animais para fins científicos ou didáticos, sempre justificada como uma forma de se buscar o conhecimento e o progresso científico. E sempre se usou animais porque são ao mesmo tempo parecidos (ou iguais) a nós humanos, ou porque são diferentes (ou completamente diferentes: coisas?).
Entramos no universo das contradições: se os animais são tão parecidos a nós humanos, por que não usamos humanos para fazer as mesmas experiências terríveis e dolorosas que fazemos com os animais? Ou, se são tão diferentes, do que nos serviriam resultados de experiências e experimentos feitos em indivíduos tão diferentes dos humanos?
Para se obter as respostas que se busca com as experimentações utilizando-se os animais como cobaias, estima-se que uma média de 100 milhões deles sejam mortos ao ano, ao tempo em que sabemos também que apenas 1% dos medicamentos testados vão a mercado e mais, que os resultados obtidos não são confiáveis, são repetitivos e são descartados.
Por outro lado, já sabemos que podemos abolir o uso de animais, seja através dos métodos substitutivos em sala de aula, de sistemas biológicos in vitro, simulações computadorizadas, uso e placenta e de cordões umbilicais, entre outros.
Se estamos cientes de que os animais são seres sencientes como nós, não seria crueldade fazer com eles o que não gostaríamos que fizessem conosco ?


Não estamos dizendo com isto que somos contra o progresso da ciência. No entanto, defendemos a boa ciência, a ciência ética. Pois é claro que todos queremos encontrar a cura para as doenças e garantias para o nosso cotidiano. Todavia, devemos ter claro que não é correto que seres inocentes paguem por isto. E mais, precisamos avaliar quais são os interesses por trás desta “ciência”: com certeza não é por dever de compaixão aos humanos. Seria o mesmo que dizer que o criador de bois coloca animais no pasto porque está preocupado com a comida da humanidade.
Há claros interesses econômicos e uma enorme hipocrisia, até porque os testes são revestidos de medidas para “minimizar a dor e o sofrimento” dos animais, os quais, após não serem mais úteis, receberão como prêmio, uma “eutanásia humanitária”, como forma de descarte.
E onde é que você entra nesta estória?
Se você, como eu, acredita que podemos fazer a diferença e não sermos coniventes com os danos que causamos aos animais, interferindo no seu direito de viver em paz, temos que abrir mão de nosso egoísmo antropocêntrico, de nossa visão especista. Temos que revisar nossos valores, mudar nossas práticas cotidianas, acreditar que podemos tomar outros caminhos, respeitando os interesses dos animais em viver e serem felizes.
Recuse produtos que foram testados em animais. Procure aqueles que, já integrados em visão ética que liberta os animais da condição de escravos, trazem um selinho verde dizendo: “empresa amiga dos animais” ou “produto não testado em animais” ou “produto vegano”.
Não assista filmes e programas que banalizem a dor e o sofrimento dos animais ou que os explorem.
Coloque este assunto em discussão na sua família, entre seus amigos e redes sociais.
Faça-se esta pergunta: tenho o direito de usufruir de um produto ou serviço que trouxe na sua história o rastro de sofrimento de um ente que sente como eu ?
Enfim, se temos mentes tão brilhantes, façamos com nossas mentes um exercício de nos colocarmos no lugar do outro e fundamentalmente nos interrogarmos: é justo que eu faça com ele o que não gostaria que fosse feito comigo? Este é nosso dever moral.

Laelia Tonhozi
Educadora Ambiental – Especialista
Membro do Movimento SOS Bicho de Proteção Animal


Um comentário:

  1. Amados amigos,

    Amei este espaço, mas estou em lágrimas. Conte conosco.

    abraços do hospital Espiritual do mundo

    ResponderExcluir