VALOR À VIDA - ANDRESA JACOBS
Concurso de fotos e poesias: “Zoológico: prisão de inocentes”
12 de dezembro de 2012 às 0:24
Para uma educadora abolicionista vegana, todo dia é dia de defender os direitos animais. Mas neste Dia Internacional dos Direitos Animais minhas aulas de ciências tiveram como base o filme “A Engrenagem”, do Instituto Nina Rosa, que resume toda a discussão sobre a exploração dos animais pela pecuária e seus impactos éticos, sociais e ambientais. Os educandos, mesmo já acostumados com a abordagem abolicionista vegana, assistiram atentamente a brilhante produção do INR, o que enriqueceu em muito nossas discussões sobre direitos animais.
Mas este dia não parou por aí, pois ainda concluímos a votação do concurso de poesias sobre direitos animais, como apoio da professora de língua portuguesa, Ana Cristina Bubna, no Colégio Estadual Prof. Eugênio Malanski. Na verdade a ideia do concurso surgiu de um desgosto muito grande, a visita de alguns educandos ao zoológico de Curitiba, como roteiro secundário, pois o objetivo maior da viagem foi a visita ao Parque da Ciência Newton Freire Maia, um lugar muito interessante e livre de sofrimento.
O concurso foi organizado com antecedência quando soube do roteiro da viagem. Como não participei da organização, fui voto vencido na questão do boicote ao zoológico e por isso não participei da viagem. Senti a necessidade de demarcar o posicionamento abolicionista vegano com estes educandos, para que seus olhares estivessem sensíveis e atentos a mais essa forma de exploração animal.
Um dia antes da viagem, com o apoio da equipe pedagógica, consegui realizar uma atividade com os participantes da viagem. Partindo do tema “Zoológico: prisão de inocentes”, observamos fotos, filmes e histórias destes animais, cantamos a música da banda Karnak, chamada Zoo. Fiz um apelo aos alunos que observassem a situação e o olhar dos animais confinados no zoológico, longe de seus ambientes naturais, e convidei todos a participarem do concurso de fotos e poesias sobre o tema discutido.
Os comentários após a viagem surgiram nas aulas, confirmando o sofrimento e tristeza dos animais no zoológico, por parte dos educandos mais atentos e sensíveis. Com relação ao concurso, somente uma educanda inscreveu sua fotografia, Kawany Patrícia Martins, que foi premiada mesmo assim, pelo sua fotografia intitulada “Você ainda acha que nós não sofremos com isso?” Graças ao apoio da professora Ana Cristina, mesmo num período conturbado de final de ano, avaliações e recuperações finais, vários alunos produziram poesias sobre a violência contra os animais de um modo geral.
A poesia mais votada por educandos, educadores e equipe pedagógica foi de Alexandra Laroca e Polyana Kruger , intitulada “Injustiça”, seguida de um empate entre outras duas poesias, no voto dos educandos, a “Somos irmãos”, de Paulo Ricardo da Silva, e a “Zoológico”, de Jackson Borges. A autora da fotografia inscrita e as autoras da poesia mais votada foram premiadas com kits de doces veganos, produzidos pelo Veganilla Cupcakes. Os autores das poesias em segundo lugar também foram presenteados.
Gostaria de poder divulgar todas as poesias aqui, mas não seria possível. Quem sabe em 2013 façamos um livro de poesias contemplando todos os interessados, sobre as diversas formas de exploração animal. A cada ano letivo que termina, ressurgem as esperanças de mudança para o próximo, como a de que o zoológico não faça mais parte do roteiro de viagem da escola e a de que as opções vegetarianas sejam uma realidade na merenda escolar, somente para citar as mais relacionadas a este texto. E tantos outros sonhos, que mantenho vivos em meu coração, pois sei que tudo começa com a persistência de uma práxis abolicionista vegana, mesmo que solitária.
Com a ética biocêntrica como base da nossa práxis, a cada abordagem de conteúdos, revelamos aos educandos as mentiras que mantém a engrenagem da nossa sociedade especista, pois o contraponto, como bem argumenta Leon Denis, estará conosco, sempre.
Injustiça
Os animais maltratados, que não podem se defender e nem se proteger
São queimados, apanham,
E nada podem fazer.
Os maus tratos aos animais ocorrem em todos os lugares e a todo o momento
Nos circos e até nas casas
Nas indústrias que testam seus produtos.
A vida nem sempre é justa
Não apenas com nós, seres humanos
Mas também com os animais inocentes.
Cabe a nós a responsabilidade de tratá-los com igualdade
Pois todos nós somos seres viventes.
(Alexandra Laroca e Polyana Kruger)
Os animais maltratados, que não podem se defender e nem se proteger
São queimados, apanham,
E nada podem fazer.
Os maus tratos aos animais ocorrem em todos os lugares e a todo o momento
Nos circos e até nas casas
Nas indústrias que testam seus produtos.
A vida nem sempre é justa
Não apenas com nós, seres humanos
Mas também com os animais inocentes.
Cabe a nós a responsabilidade de tratá-los com igualdade
Pois todos nós somos seres viventes.
(Alexandra Laroca e Polyana Kruger)
Somos todos irmãos
Nós somos todos animais
Nós somos todos irmãos
Vivemos no mesmo mundo
Somos filhos da Terra.
Então por que fazer isso com nossos irmãos?
Então por que maltratar nossa família?
Nós devíamos viver em harmonia!
Nessa família os humanos são os filhos rebeldes da Terra
Maltratam sem piedade
Mal sabem que estão se prejudicando
Mal sabem que estão matando sua mãe e irmãos.
(Paulo Ricardo da Silva)
Nós somos todos animais
Nós somos todos irmãos
Vivemos no mesmo mundo
Somos filhos da Terra.
Então por que fazer isso com nossos irmãos?
Então por que maltratar nossa família?
Nós devíamos viver em harmonia!
Nessa família os humanos são os filhos rebeldes da Terra
Maltratam sem piedade
Mal sabem que estão se prejudicando
Mal sabem que estão matando sua mãe e irmãos.
(Paulo Ricardo da Silva)
Zoológico…
Com muitos animais para visitar
Os pais levam seus filhos para passear.
Os animais gostam de brincar
E suas artes já começam a mostrar.
O dia vai começar e os visitantes vão chegar
Para ver o que há de diferente naquele lugar.
Na hora do almoço
Um tempo vai dar
Para poder almoçar
E aí o descanso vai rolar
E um sonho à noite vai passar.
E o outro dia
Vai novamente começar.
(Jackson Borges)
Com muitos animais para visitar
Os pais levam seus filhos para passear.
Os animais gostam de brincar
E suas artes já começam a mostrar.
O dia vai começar e os visitantes vão chegar
Para ver o que há de diferente naquele lugar.
Na hora do almoço
Um tempo vai dar
Para poder almoçar
E aí o descanso vai rolar
E um sonho à noite vai passar.
E o outro dia
Vai novamente começar.
(Jackson Borges)
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