quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Projeto de Lei de Controle ético de cães e gatos no Paraná: retomando seu histórico


No ano de 2010, a pedido do Deputado Estadual Luiz Eduardo Cheida, a Organização Ambientalista Ecoforça convidou as organizações de defesa dos animais da cidade de Curitiba para discutir o Projeto de Lei 873, que tratava do controle ético de cães e gatos no Paraná.
O Deputado acolheu as sugestões do segmento. No entanto, não tendo ido a votação até o final do mandato legislativo, foi arquivado e novamente reapresentado em 2011, contudo, com novo texto, que embora não fosse o discutido com o segmento, atendia às expectativas dos representantes da causa.
Indo a votação na Comissão de Constitucionalidade e Justiça da Assembléia Legislativa do Paraná - ALEP, o projeto foi rejeitado pela maioria de seus membros.
Neste cenário, o então Deputado César Silvestri Filho, solicitou vistas ao Projeto e assumiu o compromisso de fazer os substitutivos (emendas), para que o PL pudesse ter segmento.
Apresentou um projeto substitutivo que foi aprovado e teve segmento nas Comissões temáticas na ALEP.
O Movimento SOSBICHO sempre esteve ciente, após a votação do referido PL – ao qual só teve acesso após a votação, de que alterações deveriam ser feitas, pois o PL aprovado trazia uma novidade – a previsão de eutanásia de animais sadios, que era justamente o que o Projeto do Deputado Cheida – 873/2011 proibia.
Procuramos o Deputado Cheida, explicamos nossa estratégia quanto ao substitutivo, (pois era de conhecimento de todos de que se o projeto fosse rejeitado agora só entraria em outra legislatura – quer dizer – daqui a 4 anos): tratava-se unicamente de uma maneira de manter o tema em pauta e que em seguida, acompanharíamos o projeto do César Silvestri e o Projeto do Deputado Cheida, por todas as Comissões, para que garantíssemos ou a retomada do Projeto “não eutanásico”(Cheida) ou uma emenda substitutiva no Projeto “eutanásico” (César Silvestri).
E foi o que fizemos durante todo o ano de 2012, visitando todos os deputados relatores e presidentes de Comissões (Saúde, Meio Ambiente, Agricultura), pois entramos numa área de risco: os dois projetos continuaram andando.
Novembro de 2012: os projetos vão a Plenário na ALEP para discussão e votação.
E venceu a boa ética e a boa moral: o Deputado César Silvestri solicita  através do  próprio Deputado Cheida  a retirada do projeto de sua autoria (pois o referido Deputado encontrava-se em viagem fora do Brasil) e apóia a manutenção do projeto original.
Ouviu também aquele Deputado o clamor dos defensores do animais que se colocaram firmemente contra a manutenção de um “Estado Eutanásico”, o que contrariaria todo o avanço ético na defesa dos direitos animais que se observa nos países de boas éticas.
O Jornal Gazeta do Povo do dia 25.11.2012 noticia que entre os três temas mais comentados na semana em que o PL foi a votação, “Eutanásia de Animais” ficou em primeiro lugar, com 64 registros. Interessantes mensagens foram enviadas para a “coluna do leitor”, que rejeitam a eutanásia de animais sadios ou para o controle populacional e apontam soluções, aquelas preventivas contempladas pelo PL aprovado.
E não se pode afirmar que foram ativistas que enviaram as mensagens: observa-se claramente que se trata de pessoas, de cidadãos, que entre outras defesas na ética do cuidado, também se preocupam com os animais.
Assim, aguardamos agora a sanção do Governado Carlos Alberto Richa, que com certeza, virá de encontro ao respeito pela vida dos animais, seres vulneráveis, dependentes de nossas decisões para se manterem e ao respeito ao desejo dos cidadãos que se manifestaram, enviando mensagens aos Deputados Estaduais pela aprovação deste projeto de lei que não apenas proíbe que animais sejam mortos porque não se tem uma destinação clara sobre o que seja melhor para eles ou para resolver problemas humanos, sanitários, estéticos, etc. O projeto de lei institui: política pública de esterilização de cães gatos; controle de comércio e criadouros; prevê registro e identificação de animais e política educacional para o respeito e cuidados com os animais. Também prevê a figura do animal comunitário, entre outras inovações.
Temos assim um marco regulatório, uma previsão legislativa, que serve de patamar ético para o que os Municípios venham a implantar como políticas públicas para os animais, que estão protegidos pela Constituição Federal Brasileira e preveem como entes tutelares o estado, nas suas diversas esferas, seja federal, seja estadual, seja municipal.
A vida deve ser boa para todos

Com certeza um avanço do qual devemos nos orgulhar.

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