domingo, 25 de agosto de 2013

O preconceito e o mal que ele faz: compreendendo o especismo


Laelia Tonhozi

Muitas vezes maltratamos ou discriminamos outras pessoas sem entender o motivo pelo qual estamos fazendo isto.
Dificilmente refletimos sobre a razão de tal comportamento. Muitas vezes descobrimos isto da forma mais dolorosa: porque somos nós, naquele momento, que estamos sendo maltratados.  Ou porque somos mais gordinhos que os outros, ou porque somos magrinhos, ou porque usamos óculos, ou gostamos de música sertaneja e não de rock. Às vezes porque somos de uma religião diferente, ou porque não comemos carne.
Por muito tempo a humanidade tratou as pessoas do grupo étnico-racial negro como escravos, porque apresentavam a cor da pele mais escura.
Também é muito comum até hoje, chamar as mulheres loiras de burras, o que demonstra duplo preconceito e um erro: com as mulheres e com as loiras – que não são menos inteligentes que os homens, nem  mais ou menos inteligentes que as ruivas ou morenas. E o equívoco é que não existe o gênero feminino de burro na natureza, que, aliás, é um animal bem inteligente.
Introduzo estas reflexões porque quero falar de um outro preconceito bem pouco falado: o especismo.  O especismo é um preconceito que exercemos contra outros animais, os que não são humanos.
E por nos considerarmos superiores, porque somos humanos, donos de um tipo de inteligência diferente da dos outros animais, julgamos que podemos explorá-los ou desrespeitá-los. Esta forma de pensar é o que chamamos de antropocentrismo, quer dizer, o ser humano é o centro.
Dificilmente paramos para pensar que esta é uma forma de pensar que nós herdamos de nossos ancestrais (humanos) e que não é justa com as demais espécies: cada um tem sua própria forma de pensar, sua própria inteligência, sua própria forma de sentir, de desejar, de sofrer. E de ser !
Não é raro nos esquecermos de que os animais também têm família e que a separação de um porquinho de sua mãe é muito dolorosa. E que matá-los para comê-los, pode não ser uma atitude muito elogiosa. Pensar diferente seria ter uma visão biocêntrica, quer dizer, crer que tudo o que é vivo tem sua importância, sua própria importância !

A galinha e a sua familia






Mas é isto que nossa civilização vem fazendo.
Assim, na própria vez que o assunto “preconceito” aparecer em sua roda de conversa, introduza este tema e mostre que o preconceito é uma herança que deve ser combatida porque faz mal a muita gente, digo, a todo mundo!

Não pratique o preconceito: a próxima vítima pode ser você !




Texto produzido para o Projeto Ponto Final no Abandono pela educadora ambiental Laelia Tonhozi.

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