Laelia Tonhozi
Muitas vezes maltratamos ou
discriminamos outras pessoas sem entender o motivo pelo qual estamos fazendo
isto.
Dificilmente refletimos sobre a razão
de tal comportamento. Muitas vezes descobrimos isto da forma mais dolorosa:
porque somos nós, naquele momento, que estamos sendo maltratados. Ou porque somos mais gordinhos que os outros,
ou porque somos magrinhos, ou porque usamos óculos, ou gostamos de música
sertaneja e não de rock. Às vezes porque somos de uma religião diferente, ou
porque não comemos carne.
Por muito tempo a humanidade tratou
as pessoas do grupo étnico-racial negro como escravos, porque apresentavam a
cor da pele mais escura.
Também é muito comum até hoje, chamar
as mulheres loiras de burras, o que demonstra duplo preconceito e um erro: com
as mulheres e com as loiras – que não são menos inteligentes que os homens, nem
mais ou menos inteligentes que as ruivas
ou morenas. E o equívoco é que não existe o gênero feminino de burro na
natureza, que, aliás, é um animal bem inteligente.
Introduzo estas reflexões porque
quero falar de um outro preconceito bem pouco falado: o especismo. O especismo é um preconceito que exercemos
contra outros animais, os que não são humanos.
E por nos considerarmos superiores,
porque somos humanos, donos de um tipo de inteligência diferente da dos outros
animais, julgamos que podemos explorá-los ou desrespeitá-los. Esta forma de
pensar é o que chamamos de antropocentrismo,
quer dizer, o ser humano é o centro.
Dificilmente paramos para pensar que
esta é uma forma de pensar que nós herdamos de nossos ancestrais (humanos) e
que não é justa com as demais espécies: cada um tem sua própria forma de
pensar, sua própria inteligência, sua própria forma de sentir, de desejar, de
sofrer. E de ser !
Não é raro nos esquecermos de que os
animais também têm família e que a separação de um porquinho de sua mãe é muito
dolorosa. E que matá-los para comê-los, pode não ser uma atitude muito
elogiosa. Pensar diferente seria ter uma visão
biocêntrica, quer dizer, crer que tudo o que é vivo tem sua importância, sua própria
importância !
Mas é isto que nossa civilização vem
fazendo.
Assim, na própria vez que o assunto
“preconceito” aparecer em sua roda de conversa, introduza este tema e mostre
que o preconceito é uma herança que deve ser combatida porque faz mal a muita
gente, digo, a todo mundo!
Não pratique o preconceito: a próxima
vítima pode ser você !
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