Ao lado de representantes da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), o vereador Professor Galdino (PSDB) reuniu-se, em novembro, com a diretora do departamento de logística da secretaria municipal da Educação, Maria Cristina Brandalize, e com a gerente de alimentação, Maria Rosi Marques Galvão. Na reunião foi discutida a viabilidade de implantação do projeto da “Segunda sem Carne”, na rede municipal de ensino. A proposta do grupo, defendida pelo vereador, é de que as escolas tenham um dia da semana com a merenda sem carne, para que as crianças tenham acesso a uma nova possibilidade de alimentação e conheçam o vegetarianismo de forma educativa e sem imposições.
A proposta, que ainda tramita junto à Secretaria, recebeu um novo capítulo nos últimos dias. De acordo com um ofício, encaminhado ao gabinete do vereador, a Prefeitura de Curitiba segue o Programa Nacional de Alimentação Escolar, regulamentado pela Lei 11.947/09. De acordo com esse programa, casos de estudantes que tenham necessidades especiais de alimentação, por motivos de saúde, como casos de diabéticos, ou por questões religiosas, ideológicas e filosóficas, como é o caso de vegetarianos e veganos, devem ser atendidos isoladamente. Segundo o ofício, a Prefeitura registrou, em 2011, apenas dois casos de crianças que tiveram a alimentação alterada por serem vegetarianas, porém o município atende a todos os casos, a partir de uma solicitação dos pais na própria escola.
“É importante que os pais, não apenas de crianças vegetarianas, mas de crianças que não comam este ou aquele alimento por crenças religiosas, ou por questões de saúde, saibam que são amparados pela Lei e que podem interferir na alimentação de seus filhos. Nossa proposta, de um dia sem carne na merenda, não é para impor definições alimentares, mas é para mostrar para a criança que ela pode ter uma comida gostosa e descobrir novos sabores mesmo sem a presença da carne no prato. É uma forma educativa de tirar a ideia de que só é possível se alimentar bem se houver carne”, explicou o vereador que ainda rebateu a crítica de que esse modelo seria uma forma de dieta restritiva. “Cheguei a ouvir algumas pessoas questionando se essa proposta seria uma forma de economizar na merenda ou restringir a dieta das crianças e digo que não é. Toda proposta de cardápio de merenda escolar em Curitiba precisa ser aprovada por pelo menos 85% dos estudantes. Ou seja, se as crianças não aceitarem a proposta ela não se efetiva”, completou.
Ainda de acordo com o ofício, a proposta da “Segunda sem carne” está sendo analisada pelo corpo técnico do município que estuda qual a viabilidade de implantação do projeto em Curitiba e qual o possível impacto que isso pode gerar nos estudantes, de forma que haja um acompanhamento psicopedagógico no desenvolvimento do projeto.
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