Laelia
Tonhozi
Comumente
chamados de animais de tração, os cavalos, éguas, jegues, burros, asnos, entre
outros, têm sido usados pela civilização humana, há milênios, para todo o tipo
de serviço, principalmente para puxar carroças.
Muitas
vezes, após longos anos de serviços prestados, estes animais são abandonados
por seus responsáveis, no meio urbano ou em áreas próximas, velhos, machucados
e cansados.
O que
ocorre, é que estes animais utilizados para serviços, geralmente conduzidos por
menores, por pessoas sem habilitação, e muitas vezes sem condições psicológicas
para conduzir um veículo, são explorados até a sua última gota de energia.
Muitas éguas costumam parir seus filhotes em vias públicas, no meio do trânsito
das cidades grandes, sendo negados a ela e ao filhote, o sossego e a
tranquilidade necessários, nos momentos mais importantes da existência de
qualquer ser vivente: o de dar à luz e o de nascer.
As
cidades grandes não comportam mais este tipo de transporte feito por animais. E
as cidades pequenas, precisam aprender a conviver com esta situação com mais
respeito, jamais compreendendo que os animais substituem outros tipos de
transportes, feitos com veículos motores ou ciclomotores.
A
legislação brasileira proíbe que menores de idade conduzam veículos. E mesmo
assim, vemos todos os dias crianças e adolescentes à frente destes veículos,
colocando em risco as suas próprias vidas, a vida dos animais e a vida de
outras pessoas que transitam no local.
Quando
estes animais sofrem acidentes, o que se ouve no rádio e na tv e nas notícias
de jornal, é que um acidente com um cavalo atrapalhou o trânsito. Em geral,
estes animais agonizam horas no asfalto antes que alguém venha lhes dar
socorro. Um joga nas costas do outro a responsabilidade pelo ocorrido. Ninguém
quer assumir a responsabilidade por tão grande crime. Poucos se importam!
Muitos
querem justificar que é necessário manter o uso de cavalos e outros “animais de
tração”, porque há pessoas pobres que deles necessitam. Que proibir seu uso
geraria um problema social. Isto é uma falácia, porque as pessoas que deles se
utilizam continuam tão pobres e miseráveis como sempre foram. E deixar as
coisas como estão, alivia a consciência daqueles que deveriam ajudar os animais
a se libertarem desta escravatura e lutar para que os menos favorecidas
pudessem sair de sua situação de pobreza.
E tem
mais: pobreza não é o mesmo que crueldade, exploração, abusos e falta de
respeito.
Assim,
é necessário um novo olhar sobre o uso de animais para carregar o mundo às suas
costas. E acabar de vez com a hipocrisia que joga no lombo de éguas, cavalos,
burros, bestas, jegues e jumentos a carga de fazer a nossa parte de seres
racionais.
Juntos,
podemos mudar nossa realidade.
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