quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os animais usados como meios de transporte: uma carga muito pesada!



Laelia Tonhozi

Comumente chamados de animais de tração, os cavalos, éguas, jegues, burros, asnos, entre outros, têm sido usados pela civilização humana, há milênios, para todo o tipo de serviço, principalmente para puxar carroças.

Muitas vezes, após longos anos de serviços prestados, estes animais são abandonados por seus responsáveis, no meio urbano ou em áreas próximas, velhos, machucados e cansados.

O que ocorre, é que estes animais utilizados para serviços, geralmente conduzidos por menores, por pessoas sem habilitação, e muitas vezes sem condições psicológicas para conduzir um veículo, são explorados até a sua última gota de energia. Muitas éguas costumam parir seus filhotes em vias públicas, no meio do trânsito das cidades grandes, sendo negados a ela e ao filhote, o sossego e a tranquilidade necessários, nos momentos mais importantes da existência de qualquer ser vivente: o de dar à luz e o de nascer.

As cidades grandes não comportam mais este tipo de transporte feito por animais. E as cidades pequenas, precisam aprender a conviver com esta situação com mais respeito, jamais compreendendo que os animais substituem outros tipos de transportes, feitos com veículos motores ou ciclomotores.

A legislação brasileira proíbe que menores de idade conduzam veículos. E mesmo assim, vemos todos os dias crianças e adolescentes à frente destes veículos, colocando em risco as suas próprias vidas, a vida dos animais e a vida de outras pessoas que transitam no local.

Quando estes animais sofrem acidentes, o que se ouve no rádio e na tv e nas notícias de jornal, é que um acidente com um cavalo atrapalhou o trânsito. Em geral, estes animais agonizam horas no asfalto antes que alguém venha lhes dar socorro. Um joga nas costas do outro a responsabilidade pelo ocorrido. Ninguém quer assumir a responsabilidade por tão grande crime. Poucos se importam!

Muitos querem justificar que é necessário manter o uso de cavalos e outros “animais de tração”, porque há pessoas pobres que deles necessitam. Que proibir seu uso geraria um problema social. Isto é uma falácia, porque as pessoas que deles se utilizam continuam tão pobres e miseráveis como sempre foram. E deixar as coisas como estão, alivia a consciência daqueles que deveriam ajudar os animais a se libertarem desta escravatura e lutar para que os menos favorecidas pudessem sair de sua situação de pobreza.

E tem mais: pobreza não é o mesmo que crueldade, exploração, abusos e falta de respeito.
Assim, é necessário um novo olhar sobre o uso de animais para carregar o mundo às suas costas. E acabar de vez com a hipocrisia que joga no lombo de éguas, cavalos, burros, bestas, jegues e jumentos a carga de fazer a nossa parte de seres racionais.

Juntos, podemos mudar nossa realidade.


Maltratar animais é crime previsto pela Lei dos Crimes Ambientais, no. 9.605/1998.



Texto produzido para o Projeto Ponto Final no Abandono

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