Opinião
Expedição pelo Iguaçu em 2011 revelou tragédia ambiental
Entre as inúmeras iniciativas desenvolvidas
pelo projeto Águas do Amanhã [2010 a 2011] para conscientizar os paranaenses
sobre a importância de se preservar o principal rio do estado, a mais marcante
foi a expedição que percorreu, de carro e de barco, os principais trechos do
Iguaçu – de Curitiba a Foz. Embarquei juntamente com outros colegas de imprensa
e técnicos da UFPR em uma jornada de cinco dias, em abril do ano passado.
Durante a expedição, coletamos amostras de
água para avaliação técnica. O resultado que a sonda mostrava apenas reiterava
o que nossos olhos e narizes sentiam. Na região de Curitiba, o Iguaçu é um rio
morto. E fede como tal. Quase não há peixes. Os poucos corajosos que resistem,
precisam respirar junto à lâmina d’água, onde o pouco oxigênio que sobra se
concentra. Uma das medições ocorreu em um ponto logo abaixo de onde a estação
de tratamento de esgoto Cachoeira, da Sanepar, em Araucária, despeja o efluente
teoricamente tratado. O índice de oxigênio dissolvido na água ali é de 2,6 miligramas
por litro (mg/l), quando o ideal é de, no mínimo, 5 mg/l. Outros fatores que
indicam poluição, como a concentração de clorofila, nitrato e a turbidez da
água, também estavam altos naquele ponto e em outros dentro da Região
Metropolitana de Curitiba.
É bom lembrar, no entanto, que a poluição do
Iguaçu tem origem complexa. Vem do lixo jogado direta ou indiretamente no rio,
de esgotos clandestinos – mesmo quando há rede de coleta disponível – e até do
desmatamento das margens provocado pela ocupação desordenada, além, claro, do
tratamento ineficiente do esgoto coletado.
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