No total foram 12 filmes apresentados na II Mostra Internacional de Cinema pelos Animais, nos dias 05 e 06 de novembro de 2011, na Cinemateca de Curitiba.
Com linguagens diversas e tratando questões de formas também diversas, pouco a pouco vamos tatuando em nossas mentes e corações a triste realidade vivida pelos animais em nossa civilização de valores antropocêntricos e esperançosos ficamos de que esta realidade possa ser mudada.
Carne, Osso, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, traz o cru cotidiano dos trabalhadores da carne, dos frigoríficos, que têm seus corpos e espíritos destruídos pelo massacre do trabalho escravo e pelo estresse da coisificação do ser sensível aos quais devem lidar como se fossem objetos: os animais não humanos. O documentário traz depoimentos dos trabalhadores explorados e adoecidos, vítimas de uma indústria sempre faminta por lucros, mesmo que isto custe a vida de seus empregados. Traz também o depoimentos de juizes e servidores, que dão importantes contribuições do ponto de vista do que representa no contexto do risco do trabalho este tipo de atividade, o de trabalhadores e trabalhadoras da indústria da carne.
Inevitável reflexão: temos que mudar nossa forma de produção e consumo para o bem de todos: animais humanos e não humanos.
O Abrigo, de Flavia Trindade, que levou um Oscow, documenta o desastre ambiental ocorrido neste ano de 2011 na Região Serrana no Rio de Janeiro e o trabalho de resgate a acolhimento dos animais vítimas de abandono, seja pela morte de seus responsáveis, seja pelo abandono do local, sem que os os animais tenham sido levados.
O filme foca o trabalho feito pela ativista Bebete, da ONG Estimação e de voluntários que foram aparecendo. Foram recolhidos no período 1200 animais (cães e gatos), dos quais 80 ainda aguardam um lar permanente.
Não tem como não se emocionar. Nossos olhos se encheram de lágrimas. Pela tristeza da tragédia, pela alegria do encontro de novo lar. É uma lição de entrega e compaixão. Parabéns a todos que se empenharam no registro de tão nobre tarefa.
Mais uma vez a reflexão: o que estamos fazendo com nosso planeta que está se desmanchando, trazendo tanta a dor a seres tão vulneráveis ! Necessário refletirmos sobre o nosso papel e nossos limites de uso deste planeta que tem que ser compartilhado com outras espécies. E de nossa responsabilidade.
Assim, aprendemos pela perplexidade, pelo belo, pelo feio.
Aprendemos através da generosidade, da revolta, da dor, da alegria, da esperança.
Parabéns SVB Curitiba por ter nos permitido compartilhar destas realidades.
Laelia Tonhozi - Movimento SOSBICHO
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