A)
Franqueza
Em 9 de julho me encontrava em Antonina e o tempo
estava lindo. Com a intenção de iniciar uma longa caminhada entrei na Rua Lauro
do Brasil Loyola, que não visitava há mais de um mês. Queria rever uma das
minhas árvores favoritas de Antonina: a magnífica figueira centenária nativa no
fim daquela rua, em frente ao n°178. O que encontrei, no entanto, foi uma
imagem de pesadelo: a árvore tinha sido cortada!
O que senti, inicialmente, foi espanto, seguido por tristeza.
Depois: revolta!
Fui perguntar a vários vizinhos o que tinha
acontecido. Relataram-me o seguinte: o proprietário do terreno quer construir uma
casa no local e a figueira estava atrapalhando. Para derrubar a gigante, cavoucaram
ao seu redor e, na noite de 28 de maio (um sábado), chegou um grande trator que
a empurrou, derrubando-a. A árvore tombada foi então serrada e hoje a área se encontra
terraplenada e pronta para iniciar a construção. Da gigante resta apenas o enorme
toco basal.
ara obter uma ideia da sua idade examinei o toco, que tem diâmetro irregular, pois, como todas as figueiras, consiste de um conjunto de caules concrescidos e de idades várias. A parte mais idosa, no centro, tinha um diâmetro de 110 cm (excluindo a casca), com os anéis de crescimento numa regularidade constante: 12 anéis por centímetro (mostrando que é uma árvore de crescimento bem lento). Se cada anel representar um ano de crescimento, a árvore pode ter tido uma idade de aproximadamente 130 anos!(a) Um morador vizinho com idade de setenta anos confirmou que na sua infância a árvore já era gigantesca.
ara obter uma ideia da sua idade examinei o toco, que tem diâmetro irregular, pois, como todas as figueiras, consiste de um conjunto de caules concrescidos e de idades várias. A parte mais idosa, no centro, tinha um diâmetro de 110 cm (excluindo a casca), com os anéis de crescimento numa regularidade constante: 12 anéis por centímetro (mostrando que é uma árvore de crescimento bem lento). Se cada anel representar um ano de crescimento, a árvore pode ter tido uma idade de aproximadamente 130 anos!(a) Um morador vizinho com idade de setenta anos confirmou que na sua infância a árvore já era gigantesca.
Contaram-me que o proprietário reside em outra cidade,
mas que a sua mãe tem uma imobiliária no centro de Antonina. Fui logo procurá-la
e ela confirmou que o seu filho quer construir naquele local, acrescentando que
ele obteve licença para cortar a árvore.
Então telefonei para a SMMA (Secretaria Municipal do
Meio Ambiente) de Antonina, situada no bairro Batel num local bem distante do
centro. Expliquei à pessoa que me atendeu onde a árvore se encontrava e recebi
como resposta que a licença para a corte de árvores é emitida pelo escritório
do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) em Morretes. Quando lhe pedi para pelo
menos ir ver o estrago, me respondeu: “- Não preciso ver, não sou
ambientalista.”(b)
Liguei imediatamente para o IAP em Morretes, onde me
contaram que várias pessoas haviam os notificado sobre a tragédia, inclusive já
no próprio dia da ocorrência. Foi muito bom ouvir isso, pois significa que em
Antonina vivem pessoas que realmente se preocupam com as árvores urbanas! A
pessoa que me atendeu acrescentou que, infelizmente, o IAP não tem direito de
atuar dentro do perímetro urbano, onde, de fato, a árvore se encontra.
Os moradores vizinhos da árvore tinham me relatado que
viram uma viatura do IAP visitar o local dois dias após a derrubada da árvore. Assim,
confio plenamente na boa vontade desse órgão.
Eu gostaria também de acreditar na palavra das outras
duas pessoas entrevistadas mas, para isso, restariam apenas duas
possibilidades: o corte foi feito ilegalmente ou devidamente autorizado, sem
que o funcionário da SMMA estivesse a par do acontecimento.
Se a primeira opção for correta, espero que seja tomada
alguma atitude em relação ao infrator; se, ao contrário, a SMMA autorizou a
corte, eu não saberia mais em quem confiar!(c)
Na prática, não
podemos fazer nada para ter de volta esta magnífica árvore. Mas que pelo menos
fique o alerta para que os moradores do litoral fiquem mais atentos e ao menos
tentem impedir que desastres deste tipo voltem a acontecer!
Na manhã seguinte, quando dei a primeira espiada para fora
da casa, descobri que não tinha sido o único que passou uma noite sem dormir. Inicialmente
acreditei que estava tendo alucinações: o que vi foi simplesmente inacreditável.
Na piscina estava um teiú adulto, com as pernas dianteiras em posição de
oração, agarradas sobre a borda superior da piscina e a cabeça dirigida aos céus.
O resto do seu corpo estava flutuando. O teiú (Tupinambus merianae) é um lagarto grande,
que costuma ser muito arisco. Mas esse indivíduo não saiu do êxtase, nem mesmo quando
tinha chegado bem ao seu lado. Com uma pequena tábua levantei o animal e o coloquei
em cima do pavimento ao lado da piscina. Com um olho semiaberto me
encarou. Aproveitei a sua letargia para medir o comprimento total (foi 88 cm),
mas quando tentei vira-lo de costas para poder medir o comprimento
da cauda também (é feita a partir da cloaca), o animal reagiu, curvando-se rapidamente
na minha direção querendo investir contra mim. Resolvi, então, deixá-lo em paz.
A partir daí não mais se mexeu: pelas próximas horas permaneceu naquela mesma
posição curvada.
Entendi o que tinha acontecido: o tempo ensolarado do
dia anterior fez o meu vizinho sair da sua toca, aproveitando a minha ausência.
Imagino que estava sentindo fome, pois este ano ele se recolheu muito cedo, já
na primeira metade de março, muito antes de o período frio ter começado.
Mas não sei o que tinha feito o animal resolver entrar
na piscina. A grande diferença entre a água da piscina (em 10 de julho variou
entre 16 ˚C de manhã e 18 ˚C à tarde) e a temperatura do pavimento em volta da
piscina (em 10 de julho chegou ao máximo de 32 ˚C, às duas horas da tarde) pode
tê-lo pegado de surpresa. Imagino que, ao entrar na água, o rápido esfriamento
do corpo lhe tirou o fôlego, a ponto de não mais conseguir sair, transpondo a pequena
distância vertical (5 cm) entre a superfície da água e a margem superior da
piscina. Quando naquela noite cheguei em casa (voltando de Antonina), por volta
das 20:00 h, já estava escuro e não pude ver o animal na piscina. Assim, ele acabou
passando toda a noite dentro da água.
Depois de tê-lo resgatado fiquei curioso
em ver quanto tempo ele precisaria para voltar à ativa. Coloquei um termômetro a
uma distância de dez centímetros dele e, de tempos em tempos, fui registrando a
temperatura: (veja o resultado na Tabela 1). Aos poucos, o dia foi se tornando
ensolarado (igual ao dia anterior), mas o animal estava num ponto sombreado
pelas árvores. Assim somente a partir do meio dia ele ficou diretamente exposto
ao sol e daí reanimou-se rapidamente. Quando, às 13:00 h, saí do meu escritório
para novamente anotar a temperatura, ele já havia abandonado o lugar e agora
passava a tomar sol na grama. Quando ele me percebeu, partiu como um raio.
É interessante que esta semana entrou na piscina também
um ratinho.(d) Este, porém, não pôde se salvar:
afogou-se e o encontrei boiando na superfície em 13 de julho.
Tabela 1. Trajetória da
temperatura ambiente no pavimento ao lado da piscina, e da nublosidade do céu,
em 10 de julho de 2012, desde o momento do resgate do teiú até o momento em que
saiu da sua letargia.
Horário
|
||||||||
9:30h
|
10:30h
|
10:45h
|
10:55h
|
11:05h
|
11:30h
|
11:45h
|
12:55h
|
|
Temperatura no pavimento ao lado da piscina (˚C)
|
15,5
|
15,5
|
16
|
18
|
20
|
19
|
18
|
21
|
Nublosidade do céu (%)
|
95
|
50
|
20
|
20
|
15
|
15
|
15
|
Esta foi a minha segunda observação de um teiú no inverno, desde que resido no litoral (2003)! A
primeira foi em 25 de junho de 2008, na escada de concreto que leva ao Mirante
no km 55,5 da Rodovia PR-405. Essas observações mostram que o teiú pode sair da
sua toca nos dias bem ensolarados do inverno. Mas tal saída deve ocorrer
raramente, pois na maioria dos anos o meu registro mais tardio (antes da
estação fria) da espécie tem sido feita em abril e a minha observação mais
precoce dela (após da estação fria) tem sido 2 de setembro (2010). De qualquer
modo, os répteis e anfíbios grandes que, em pleno inverno, se aventuram fora do
seu esconderijo podem se dar muito mal, pelo menos aqui no topo do morro. Neste
sentido me recordo de outro incidente: na noite morna de 10 para 11 de julho de
2007, numa, um marceneiro (Hypsiboas
faber) ressurgiu e se instalou
em cima de uma viga da minha varanda, o mesmo local onde ele passa os dias na
estação quente. Infelizmente, naquele mesmo dia o frio voltou e não mais partiu.
O resultado foi que este marceneiro permaneceu “congelado” no mesmo lugar por
três semanas seguidas: umas raras vezes, sempre à noite, mudou ligeiramente de
lugar dentro de um espaço horizontal de 2 m na viga. Na noite de 1 para 2 de
agosto o animal finalmente foi embora. Talvez tivesse voltado para o seu esconderijo
do inverno, mas também pode ter sido pego por um predador.
Voltando ao
teiú, esta foi a segunda vez que flagrei um exemplar dentro da minha piscina. A
primeira vez foi num dia quente e ensolarado do fim da primavera: 16 de
dezembro de 2006. Naquela ocasião supôs que ele tinha entrado na água para se
refrescar. Mas, neste segundo caso, o motivo deve ter sido outro, pois o dia de
9 deste mês não foi tão quente assim. Não acredito que entrou na água para
pescar, pois os únicos animais dentro da piscina com tamanho que possam interessar
a um teiú são os girinos do marceneiro (que na piscina alcançam comprimento máximo
de 80 mm), mas estes não se mostram durante o dia, quando permanecem escondidos
no fundo entre as algas (somente à noite eles se aproximem da superfície).
Alguém tem uma ideia por que outra razão o teiú pode ter entrado na minha piscina?
C) Beleza no início do inverno
Vou aproveitar
para relatar alguns outros acontecimentos naturais dos arredores da minha casa
neste primeiro mês do inverno.
Na primeira semana de julho se iniciou a florada do
magnífico exemplar da árvore-guarda-chuva (Schefflera actinophylla; espécie
originária da Austrália) na esquina do meu quintal. Imediatamente começou a atrair
beija-flores e uma grande quantidade de meliponídeos (abelhinhas nativas sem
ferrão).
Outra parte do meu quintal está coberta pela framboesa-silvestre
(Rubus rosifolius), que atualmente está
com flores (atraentes a alguns beija-flores) e também com frutos maduros, que atraem
principalmente o tié-sangue.
Ao redor da minha casa, durante o dia, o gritador (Sirystes sibilator) está entre as aves
mais ouvidas no momento. Mas também se escuta o gavião-carijó (cantando enquanto
circula no céu), pomba-amargosa, tuim, periquito-rico, surucuá-grande-de-barriga-amarela,
tucano-de-bico-preto, pica-pau-rei (tamborilando em árvores distantes), pica-pau-branco,
choca-da-mata, trovoada, teque-teque, filipe, gralha-azul, corruíra,
trinca-ferro-verdadeiro, guaxe e várias outras espécies.
A guaracava-cinzenta (Myiopagis caniceps) é um
passarinho insetívoro que todos os anos aparece no meu quintal nesta época. Até
agora só vi fêmeas desta espécie; nunca apareceu aqui um macho. Este ano
consegui ver bem a cor viva do seu píleo, que é um dos caracteres que os
distinguem do piolhinho-serrano (Phyllomyias griseocapilla).
Nos últimos dias,
o inambuguaçu (Crypturellus obsoletus)
tem iniciado o seu canto as 6:20 h da madrugada. Isso é mais cedo que qualquer outra
ave vespertina, inclusive o arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), que neste
momento comece a cantar por volta das 6:40 h. De agosto a outubro o inambuguaçu
será ouvido cantando em plena noite também. As únicas vozes de aves realmente
noturnas escutados aqui em casa neste momento são as
do bacurau (Nyctidromus albicollis) e as chamadas (nunca o canto) do
murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana).
Em 5 de julho fiz uma longa caminhada noturna pela
PR-405, pois a noite estava magnificamente iluminada pela lua cheia. Às 22:00 h,
na pastagem à altura do km 1,5, escutei um indivíduo da narceja (Gallinago paraguaiae) em pleno voo.
Atualmente aparecem poucas borboletas aqui em casa, mas
nas cidades de Antonina e Morretes a situação está um pouco melhor. Em Antonina
até tive uma surpresa: em 9 de julho encontrei como vítima de tráfego uma fêmea
de Catonephele numilia penthia. Os
meus poucos registros desta espécie (quatro no total) são todos do período de
maio a julho.
Alguns acontecimentos locais típicos do início do
inverno são listados na Tabela 2.
Tabela 2. Datas de alguns eventos naturais marcantes do início do
inverno no litoral norte do Paraná e referentes a espécies localmente comuns;
período 2003-2012.
Evento
|
Espécie
|
Data
|
||||||||||
2003
|
2004
|
2005
|
2006
|
2007
|
2008
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
média 2003-2012
|
Plantas (refere-se a indivíduos específicos no morro da minha casa):
Abertura das
primeiras flores
|
embiruçu (Pseudobombax grandiflorum)
|
início
de julho
|
jun
20
|
jun
21
|
jun
17
|
jun
18
|
jun
26
|
jun
10
|
jun
28
|
jul 4
|
(ainda não)
|
jun 22
|
mulungu (Erythrina speciosa)
|
...
|
jun
“fim”
|
jun
21
|
jun
28
|
jun
29
|
jun
15
|
jun
10
|
jun
28
|
jul 5
|
jun 8
|
jun 21
|
|
guassatunga (Casearia sylvestris)
|
...
|
...
|
...
|
ago
±15
|
jun
6
|
...
|
set 20
|
set 11
|
ago 13
|
jul 4
|
ago6
|
Aves:
Primeiro
canto da nova estação reprodutiva
|
jaó-do-sul (Crypturellus noctivagus)
|
mai 19
|
jun 6
|
jul 18
|
jun 19
|
jun 29
|
mai 22
|
jun 30
|
mai
24
|
mai 11
|
jul 4
|
jun 10
|
araponga (Procnias nudicollis) (1)
|
jul 24
|
jul 13
|
jul 3
|
jul 5
|
jun 14
|
jun 28
|
abr 4
|
jul 7
|
jul 1
|
jul 8
|
jul 2
|
|
trinca-ferro-verdadeiro
(Saltator similis) (2)
|
jul 25
|
jul 20
|
jun 29
|
jul 3
|
jul 17
|
jul 10
|
...
|
jul 29
|
jul 26
|
jul 5
|
jul 15
|
(1) No litoral norte, a araponga (Procnias
nudicollis) encerra o seu período de canto em fevereiro.
(2) No litoral norte, o trinca-ferro-verdadeiro (Saltator similis) encerra o seu período de canto em abril,
excepcionalmente o período se prolongando até 1 de maio (2009).
O forte e
delicioso aroma de mel, que trai a florada da guassatunga, atualmente pode ser
apreciado em vários pontos, por exemplo, em km 9,7 da PR-405. Este ano está
muito atrasada a florada do exemplar de embiruçu na base do morro onde ela reside
(ver Tabela 2).
Até o fim de agosto esperamos ouvir aqui os primeiros cantos de,
respectivamente, macuco (Tinamus
solitarius), tropeiro-da-serra (Lipaugus
lanioides), sabiá-coleira (T.
albicollis), sabiá-laranjeira (T.
rufiventris), sabiá-laranjeira, sabiá-una (T. flavipes) e saci (Tapera
naevia). Com isso lanço um desafio às pessoas que residem no litoral: quem
será que vai escutar cada uma dessas espécies primeiro? Quando o fizerem, por
favor, repassem-me seus registros, para que eu os possa divulgar numa próxima
carta.
Um fenômeno
interessante, não restrito a atual estação, mas, que nunca relatei antes
é o voo crepuscular dos irerês (Dendrocygna
viduata) para o local do pouso noturno. Um grupo desta espécie sobrevoa a
minha casa no início da noite, sempre em direção nordeste. Tenho registrado
isso desde 2007 e só acontece no período de início de abril ao início de
setembro. Atravessam sempre na mesma situação de luminosidade: num crepúsculo
nublado passam alguns minutos mais cedo do que num crepúsculo de céu limpo,
como se pode ver na Tabela 3.
Quando os irerês atravessam os céus sobre a minha casa,
já está praticamente escuro, com os morcegos insetívoros voando. Os identifico
pelo sua vocalização, pois não são vistos, a não ser quando por acaso estou
fora da casa e o bando se destaca contra uma parte do céu menos escuro. Esta
situação, bem rara, aconteceu em 26 de junho último, quando consegui fazer uma
contagem aproximada: o bando, que voava em formação V, continha cerca de 50
indivíduos. Não tive tempo para uma contagem exata, pois passam em altíssima
velocidade.
Muitas vezes o bando atravessa a minha casa dividida
em dois grupos, o segundo passando alguns minutos depois do primeiro. Imagino
que estes irerês são os mesmos indivíduos que durante o dia permanecem no
arrozal da região de Rio Pequeno. Não sei onde pernoitam, mas sem dúvida é um
local que consideram seguro.
Tabela 3. Horário do
bando de irerês (Dendrocygna viduata)
sobrevoar a minha casa em direção ao local de pouso noturno; exemplos do início
do inverno de 2012.
Data
|
6 de julho
|
7 de julho
|
10 de julho
|
13 de julho
|
Tempo
|
céu nublado, sem chuva
|
céu nublado, com chuva
|
céu totalmente sem nuvens
|
céu totalmente sem nuvens
|
Primeiro
grupo
|
18:06 h
|
17:58 h
|
6:10 h
|
6:12 h
|
Segundo
grupo
|
18:08 h
|
18:00 h
|
-
|
6:17 h
|
(a) Seria bom que engenheiros
florestais experientes fizessem uma avaliação independente da idade e sugiro
que façam isso sem demora, pois não ficaria surpreso vendo o toco sendo
removido nos próximos dias, para facilitar o uso do terreno.
(b) Eu também não
me considero ambientalista; sou um pesquisador da natureza que quer viver em
paz e mostrar, pelo exemplo, como viver em harmonia com a natureza. Ser
ambientalista engajado não combina com uma vida tranquila e pacífica. Mas não
acredito que só um ambientalista tenha de se preocupar com o destino das
árvores urbanas centenárias. Parece-me uma necessidade ética de relação com os
elementos naturais com os quais convivemos.
(c) Em 11 de maio ultimo visitei a referida SMMA e
comuniquei aos funcionários presentes que, por conta própria, estava fazendo um
levantamento das árvores idosas da cidade. Pedi a sua colaboração e mencionei que
pretendia propor uma lista de exemplares a serem declaradas imunes de corte.
(d) Tratou-se
de uma espécie de Akodon, possivelmente
A. montensis considerando a cauda
relativamente curta. As medidas foram as seguintes: comprimento total 130 mm,
da cauda 62 mm, da pata posterior com unha 22 mm, da unha 2 mm e da orelha
interna 13 mm. O dorso era marrom-acinzentada e o ventre esbranquiçado.
(André
de Meijer, 15 de julho de 2012)
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