Antônio Costa / Gazeta do Povo
A Associação Unidos da Reciclagem, de Campo Largo, é uma das parceiras da Tetra PakMorte e ressurreição da longa vida
Tetra Pak reuniu 32 empresas, 800 catadores e 600 cooperativas no processo de reciclagem das embalagens de leite. Mesmo assim, só consegue reaproveitar 27% do que produuz
Publicado em 15/07/2012 | CÍNTIA JUNGES
“Trabalhamos no desenvolvimento de tecnologias que viabilizem a reciclagem e no fomento da cadeia de coleta dessas embalagens”, explica Fernando Von Zuben, diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak.
“Se a reciclagem contemplasse 100% das embalagens descartadas, os rendimentos poderiam chegar, em média, a R$ 280 milhões.”
Fernando Von Zuben, diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak
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- Uns desperdiçam, outros lucram
Em 2011, a empresa produziu 6,8 bilhões de embalagens. Apesar do potencial de reciclagem de 100%, o volume reaproveitado atingiu apenas 27%, o equivalente a 59 mil toneladas. De acordo com Von Zuben, no fim da cadeia produtiva, isso representa um volume estimado em R$ 80 milhões. “Se a reciclagem contemplasse 100% das embalagens descartadas, os rendimentos poderiam chegar, em média, a R$ 280 milhões”, estima Von Zuben.
No meio da cadeia de reaproveitamento está a Associação Unidos da Reciclagem (Assur), de Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba), que é parceira da Tetra Pak. Por mês são separadas, em média, duas toneladas de embalagens, vendidas a R$ 0,12 o quilo para a Dambrosio, uma recicladora de papel da capital.
Como as caixinhas não são prioridade da empresa, ela as agrupa em fardos e vende, com a ajuda da Tetra Pak, por R$ 0,24, para a unidade da Klabin em Piracicaba (SP), que faz a reciclagem do papel. “Parece muito, mas é pouco diante do volume que poderia ser reciclado. O problema é que já trabalhamos no limite da nossa capacidade”, diz Wanderleia Reis Lopes, presidente da associação, formada somente por mulheres.
O lucro com a separação das caixinhas dificilmente passa de R$ 1,5 mil, resultando em R$ 125 para cada associada. Somando outros materiais, como plástico, vidro e papéis, a Assur fatura cerca de R$ 5 mil por mês. “O custo de compra é insignificante para as empresas, mas o valor que elas conseguem extrair desses materiais é muito grande”, diz Wanderleia.
Potencial desperdiçado
Com uma média de 35%, o Paraná é o estado que mais recolhe embalagens longa vida, seguido de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A parceria da Tetra Pak no estado inclui três empresas responsáveis pela reciclagem do papel e mais três empresas que processam o plástico e o alumínio, destinados à indústria de fabricação de telhas e outros produtos como vassouras e matérias de escritório.
De acordo com Von Zuben, o potencial de rentabilidade com a reciclagem de embalagens é grande, mas esbarra na falta de separação adequada por parte da população e na ausência de programas de coleta seletiva efetivos por parte dos municípios.
Reaproveitamento
Feitas de polietileno, papel e alumínio as embalagens longa têm potencial de reaproveitamento de 100%. Conheça o ciclo de vida de uma embalagem – da fabricação até a reciclagem.
Jornal Gazeta do Povo, em 15.07.2012
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