Animais silvestres recebem cuidados em único Centro de Triagem no Paraná
CETAS recebe cerca de quatro mil animais apreendidos por ano
Satisfazer a vontade de ter em casa um animal de estimação diferente do tradicional cão e gato tem alimentado cada vez mais o comércio ilegal de animais silvestres. No grupo estão micos, quatis, tamanduás, papagaios, araras entre tantos outros. A prática ilegal não deixa de ser comum, apesar de ser crime contra a fauna previsto em lei federal comprar animais sem licença de autoridade competente. Por ano, cerca de quatro mil animais são atendidos no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), mantido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que são encaminhados pela Polícia Ambiental, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Atualmente, o Cetas abriga espécies em risco de extinção como é o caso do papagaio da cara roxa e o gato do mato.
Localizado em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, o Cetas é o único local no Paraná autorizado pelo Ibama a receber animais silvestres. Atualmente, em virtude da intensa fiscalização das polícias especializadas, a maioria das espécies encaminhadas ao centro foi capturada, após denúncias, na casa de quem comprou o animal com a intenção de criá-lo como “bicho de estimação”. O restante é proveniente do tráfico.
Segundo o coordenador técnico do Cetas, Ricardo Vilani, o centro recebe em sua maioria aves, além de mamíferos e répteis. “Geralmente os animais apreendidos em grupo ‘na mão de traficantes’ chegam com ferimentos, fraturas, desnutridos e até mesmo mutilados. Aqui é feita a triagem e tratamento até que o animal possa ser encaminhado para um criadouro autorizado pelo Ibama, zoológicos, ou tenha condições de voltar à natureza”, explica.
Segundo o médico veterinário, o retorno ao ambiente natural nem sempre é garantido. “Muitos animais não podem voltar ao seu hábitat. Não conseguiriam se adaptar ao meio. Alguns passaram muito tempo em cativeiro ou foram tirados da natureza quando filhotes”, conta. Nesses casos, os animais são mantidos no próprio Cetas, com capacidade para manter cerca de 1,2 mil animais de diferentes espécies como é o caso do macaco prego e do papagaio verdadeiro. Os dois não costumam ser aceitos pelos criadouros devido ao grande número de espécies existentes.
Alunos definem na prática área de especialização
A PUCPR mantém um termo de cooperação técnica com o IBAMA, que permite a universidade oferecer aulas práticas com animais silvestres para os alunos dos cursos de Biologia, Zootecnia e Medicina Veterinária, além de funcionar como um centro de pesquisas. A PUCPR também é a única universidade no Paraná a ofertar a residência em Medicina Veterinária na área de silvestres.
Os alunos da universidade têm no CETAS um lugar para colocar em prática os estudos teóricos. Além das aulas, é possível fazer estágio desde o primeiro ano. Muitas vezes a passagem pelo centro ajuda a definir ou confirmar a escolha pela especialidade. A estudante de medicina veterinária Marina Figueiredo sempre quis trabalhar com silvestres. “Aqui aprendi tudo sobre esses animais. Pude conhecer várias espécies”, conta. Já Renata Camargo ainda está decidindo pela área de especialização. “Estou aprendendo a lidar com os animais, alimentá-los e medicá-los. Acredito que vou ter mais experiência nesta área que outros profissionais”, diz.
Responsabilidade na hora de comprar
Segundo a coordenadora do Núcleo de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, Eunice de Souza, a maioria dos animais encaminhados para o Cetas é de origem de fiscalizações do órgão, algumas delas até mesmo de criadores registrados, que se aproveitam da licença para vender animais ilegais. “Também é muito comum a entrega voluntária. A maioria papagaios verdadeiros. O dono não quer mais e deixa aqui no Ibama”, conta. Segundo Eunice, outra espécie vítima de abandono é a tartaruga do tipo “tigre d´agua”. “Quando filhote ela é pequena tem cerca de cinco centímetros, mas pode chegar na idade adulta até cerca de 30 centímetros”, explica. Algumas espécies nativas têm autorização comercial, mas as exóticas são todas proibidas de serem comercializadas”, explica.
“O dono não espera que o animal cresça”, conta coordenador do Cetas, Ricardo Vilani. Atualmente no aquário do centro estão 40 tartarugas. O médico veterinário alerta para o impulso dos compradores. “O importante antes de fazer a compra é se informar sobre as características do animal, seus hábitos, comportamento e alimentação”, orienta.
FONTE: http://www.pucpr.br/
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"Os alunos da universidade têm no CETAS um lugar para colocar em prática os estudos teóricos. Além das aulas, é possível fazer estágio desde o primeiro ano."
ResponderExcluirEssa frase está equivocada, somente os queridinhos de alguns professores que conseguem estagiar no Cetas, os demais , jamais.
Mentira... Nunca fui queridinha de nenhum professor e inclusive não era conhecida por ninguém e mesmo assim faço estágio no CETAS desde o primeiro semestre.
ExcluirMentira... Nunca fui queridinha de nenhum professor e inclusive não era conhecida por ninguém e mesmo assim faço estágio no CETAS desde o primeiro semestre.
ExcluirBianca tem um sabia que não consegue movimentar as perninhas vocês podem ajudar? Como posso ajudar esse pássaro? Grata.
ExcluirComo tenta estágio nesse lugar? Sou de outro estado e gostaria muito da oportunidade
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