segunda-feira, 28 de maio de 2012

Zoofilia, notícias que chocam :Denúncias sobre zoofilia aumentam em Campinas



A prática do sexo com animais de outras espécies — conhecida como zoofilia — tem deixado em alerta as organizações de proteção e a polícia especializada de Campinas

27/05/2012 - 12h17 . Atualizada em 27/05/2012 - 12h31

Fábio Gallacci DA AGÊNCIA ANHANGUERA

Cadela sofria abusos do seu dono no bairro Chácaras Cruzeiro do Sul

A prática do sexo com animais de outras espécies — conhecida como zoofilia — tem deixado em alerta as organizações de proteção e a polícia especializada de Campinas. Apenas este ano, cerca de 20 denúncias já foram registradas sobre o assunto pela União Protetora dos Animais (UPA), algumas com provas materiais, como imagens e fotos, por exemplo. “As pessoas que gostam dos animais encontraram uma forma de mostrar os problemas e esse número tem aumentado realmente. Para se ter uma ideia, durante todo o ano passado, tivemos 15 denúncias. Elas vêm de todos os pontos da cidade e envolvem pessoas de classes sociais variadas. Não é só em área rural que acontece isso não”, aponta César Rocha, vice-presidente da UPA e do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Campinas (CMPDA).

O crescimento do número de denúncias sobre este tipo de prática é confirmado pela delegada Rosana Vescovi Mortari, titular da Delegacia de Proteção aos Animais de Campinas. “Já atendemos alguns casos, inclusive, com pessoas sendo detidas. É difícil constatar esse tipo de crime, mas muita gente resolveu apontar os abusos. Elas estão se sentindo mais seguras para contar o que sabem. Em determinadas situações são os próprios parentes dos agressores que nos auxiliam”, conta a delegada, lembrando que os acusados podem até mesmo ser processados e presos.

A repressão a esta prática é baseada no artigo 32 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, incluindo aí maus-tratos contra animais. De acordo com o artigo mencionado, praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, pode acarretar em uma pena de detenção de três meses a um ano e ainda multa. A pena aumenta de um sexto a um terço do total se ocorrer a morte do animal durante o ato criminoso. “A resposta da polícia e do judiciário para combater esses casos é a chave para diminuir esse tipo de ocorrência”, acrescenta Rosana.

Um caso recente que ganhou repercussão foi denunciado no bairro Chácaras Cruzeiro do Sul, na região do Campo Grande. Um homem, de aproximadamente 60 anos, teria sido flagrado mexendo — ou introduzindo algo — na genitália de uma cadela no quintal de sua casa. Um vizinho, que denunciou o fato, garantiu que o suspeito há tempos tinha por hábito supostamente assediar os cães que vivem na rua do bairro. O caso foi levado para a polícia. O animal encaminhado para uma clínica veterinária por um grupo organizado de protetores. Segundo quem socorreu, a cadela apresentava uma lesão no dorso bastante infeccionada. Nos exames clínicos, as veterinárias puderam observar que a cadela havia sofrido uma penetração recente.

Outro agravante contra este homem, apontado pelo vice-presidente da UPA à reportagem, é que ele também supostamente costumava abusar das galinhas que criava em casa. Segundo o representante do grupo de defesa dos animais, algumas dessas galinhas morreram após os ataques e acabaram sendo vendidas para outras pessoas em seguida.

A delegada Rosana lembra de outro caso que a deixou impressionada. Uma filhote de cadela da raça Yorkshire, com apenas quatro meses e meio de vida, foi abusada por um homem dentro de um apartamento enquanto a dona do animal estava fora. “A própria dona percebeu que algo havia ocorrido e procurou ajuda. Ela descobriu que o parente dela havia abusado da cachorrinha e o denunciou”, conta a delegada.

Mesmo lidando com casos graves em sua atuação em defesa dos animais, Rocha diz que ainda fica chocado quando se depara com o assunto zoofilia. “Fico sabendo de casos assim desde quando comecei nesta luta pelos animais. Atualmente, as pessoas podem buscar na internet com mais facilidade outros que também ficam indignados com isso. Um vai achando o outro”, diz ele, lembrando que a página da UPA no site de relacionamentos Facebook conta cinco mil pessoas.

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