sexta-feira, 15 de junho de 2012

Abandono de animais em Curitiba: versão não oficial

Para que a história oficial não se estabeleça como verdade absoluta, é necessário que esclareçamos que o abandono de animais de Curitiba existe porque não temos uma boa política pública para os animais que vivem na companhia dos humanos - cães e gatos.

Recentemente, quando da aprovação da lei que estebelece regras ao comércio de animais, o Prefeito de Curitiba se recusou a sancionar a emenda que foi proposta pelos defensores dos animais, que pevia que todos os animais comercializados estivesses castrados. Aprovou esta obrigação apenas para os animais que são objetos de adoções. Não dá para viver com tantas contradições: todos somos favoráveis a que todos os animais sejam esterilizados como forma de evitar o abandono, o maltrato, etc. etc. etc. Mas não dá para dormir com uma injustiça desta, dá ?

Bem, não bastassem estes equívocos todos, vivemos ainda com a falácia dos chip, melhor, microchips ! Anunciou-se em 2009 que seriam 22.000 (um quase nada diante dos 750.000 animais de Curitiba). Seriam vendidos à população por R$10,00 e gratuitos se participantes dos eventos da Prefeitura. Quer dizer, a população ainda tinha que pagar...
Quantos foram colocados até agora ? Mistério !
Uma pergunta: qual a eficácia de se colocar um chip num mar de sem-microchips ? Quantos são os leitores de michochips na cidade de Curitiba ? Damos um microchip de presente para quem descobrir um veterinário que saia por aí verificando se o animal que está perdido na rua tem o tal feijãozinho instalado. A quem interessa ?
Bem: pelas médias nas demais cidades brasileiras, quase todas elas sem políticas para os animais, a média de Curitiba não é tão alta assim, até porque não acreditamos neste número mágico anunciado pela Prefeitura: 3% !!! Que certeza é esta ?
O que é certo é que só se educa a população e só se muda paradigmas com a oferta efetiva de serviços, com bons exemplos, com acessibilidade e transparência. Tudo o que não temos em Curitiba.
Não temos atendimentos aos animais em situação de vulnerabilidade, não temos políticas públicas de esterilização de animais, não temos políticas educacionais institucionais, formais e não formais para o respeito a todas as espécies, não temos controle efetivo de comércio e os criadouros da Região Metropolitana e de Santa Catarina suprem as feiras daqui. E o Prefeito não ajudou em nada autorizando a desova de animais não castrados nas feiras.

Esta tal de "conscientização", é só resultado de uma ação.
Não ofereça a camisinha e  e veja o que acontece no âmbito da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis entre humanos.  As estatístiscas mostram que este tipo de investimento trouxe excelentes resultados. Mostram também que só dizer para as pessoas não transarem é jogar saliva fora.
Educação é mais embaixo !



Notícia:

Dos 450 mil cachorros de Curitiba (PR), 3% são abandonados

05 de junho de 2012 às 15:30

Por Carolina Gabardo Belo
Desde 2009, 6 mil animais já receberam o microchip (Foto: Carolina Gabardo Belo)
A aplicação de microchips em cães é uma das alternativas para tentar conter o abandono destes animais em Curitiba. A medida faz parte de uma série de iniciativas que pretendem acabar com os maus-tratos contra os animais e envolvem desde práticas simples, como a identificação do animal, até um processo intensivo de sensibilização da comunidade. A prefeitura realiza periodicamente eventos onde oferece a microchipagem gratuita.
O último levantamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aponta que, entre a população de 450 mil cachorros na capital, 3% são abandonados e 45% se encaixam no grupo de semidomiciliados, ou seja, são parcialmente acolhidos. Eles recebem alimento ocasionalmente, mas ainda não encontraram um lar definitivo e enquanto isso ficam nas ruas.
Desde 2009 cerca de seis mil cães receberam o chip e o esforço das autoridades sanitárias é identificar toda a população canina curitibana. O dispositivo, que é aplicado sob a pele do cachorro, contém informações sobre o animal, como raça e idade, e também dados sobre o tutor. “O objetivo da chipagem não é só punir, mas ajudar a localizar os cães que acabam fugindo ou são roubados”, explica o diretor do departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Alfredo Trindade.
A castração dos animais é outra necessidade para o controle e influencia diretamente na quantidade de cães nas ruas. Para a presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Soraya Simon, a oferta do serviço deveria ser gratuita para a população de baixa renda.
Falta conscientização
Outra frente de ação da Rede de Proteção Animal é a sensibilização da comunidade. O foco do trabalho está no destaque dos cães como companheiros e não meros objetos. “A vida do animal é responsabilidade de seus criadores. Os bichos fazem parte da família e é preciso estar consciente disso”, alerta Soraya.
O presidente da ONG Pense Bicho e integrante do Conselho Municipal de Proteção Animal, Aurélio Munhoz, vai além. Ele acredita que ainda há muito o que se fazer. “Precisamos de ações mais efetivas, como o aumento no orçamento, combate ao comércio abusivo, campanhas de castração e a guarda responsável”, avalia. Já em andamento, a regulamentação do comércio está entre estas medidas. O objetivo é restringir a venda por estabelecimentos com alvará, responsáveis pela venda do animal já identificado.
Denúncias de maus tratos contra animais podem ser feitas para a Rede de Proteção Animal pelo telefone (41) 3350-8933 ou pelo site www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br .
Veja na galeria de fotos os cachorrinhos.
Fonte: Paraná Online

Um comentário:

  1. DENUNCIA!

    Na rua Manoel Eufrasio 859 no juveve , um cachorro fica preso dia e noite na CORRENTE de mais ou menos um metro de comprimento.E'um verdadeiro absurdo o animal passar a vida inteira preso pelo pescoco!

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