Rio de Janeiro, 14 jun (EFE).- Movimentos sociais de todo o mundo se reunirão a partir desta sexta-feira no Rio de Janeiro para participar da Cúpula dos Povos, uma reunião alternativa que pretende levar propostas de justiça social e ambiental à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
A cúpula será realizada até 22 de junho, dia de encerramento da Rio+20. No evento, são esperadas 20 mil pessoas que participarão de cerca de 800 atividades programadas nas 36 tendas instaladas ao longo do Aterro de Flamengo, uma das principais áreas verdes da cidade.A reunião discutirá propostas que serão levadas à cúpula de chefes de Estado e do Governo da Rio+20, que ocorrerá entre 20 e 22 de junho no centro de convenções Riocentro, na zona oeste da cidade.
Segundo os organizadores, a Cúpula dos Povos se baseia sobre três pilares: denunciar as causas da crise ambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer os movimentos sociais do Brasil e do mundo.
'A Rio+20 vai esconder essa causas. Na primeira minuta do documento oficial da cúpula não são citadas as causas dos desastres ambientais. Por que não? Porque com a omissão é mais fácil não resolver o problema', disse Ivo Lesbaupin, membro da direção executiva da Associação Brasileira de ONGs (Abong).
Lesbaupin cita como exemplo o desmatamento da Amazônia, de acordo com ele, culpa do setor agropecuário com a conivência das autoridades. 'Só é preciso olhar a Amazônia para perceber que a exploração dos recursos da floresta é permitida e que as fronteiras do agronegócio estão se expandindo cada vez mais', destacou.
A organização da Cúpula dos Povos será responsável pelo Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, criado em janeiro de 2011 no Fórum Social Mundial no Senegal e do qual fazem parte 33 organizações sociais do país sul-americano.
Entre as organizações internacionais participantes, estão Oxfam, Amazon Watch, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e Via Campesina. Algumas delas, inclusive, já se manifestaram contrárias à chamada 'economia verde', uma das iniciativas que pode ser concretizada na Rio+20.
Haverá a participarão de defensores das mais diversas causas, desde o Coletivo Cannabis Ativa, que luta pela descriminalização do consumo de maconha, até a Conferência Global dos Povos Indígenas.
Da mesma forma, estarão presentes delegados da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), membros de todo o setor ambientalista, sindicatos, defensores dos direitos humanos, o Foro de São Paulo, organizações partidárias do aborto e opositores ao uso da energia nuclear e à construção de hidroelétricas na Amazônia.
A Cúpula dos Povos realizará todos os dias atividades e assembléias plenárias nas quais serão debatidas propostas para a Rio+20, mas também haverá diversos atos culturais e manifestações de todos os tipos.
Além disso, haverá uma manifestação de mulheres na próxima segunda-feira e a 'grande mobilização', prevista para o 20 de junho, dia que começa a cúpula de líderes da Rio+20. EFE
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14.06.2012
14.06.2012
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