quarta-feira, 30 de maio de 2012

Porcos e javalis: associação de perigos


Chile vive 'guerra dos porcos'

Cada vez mais a produção se concentra em grandes projetos, mas a pequena Freirina (6.000 habitantes), no deserto de Atacama, no Chile, opôs-se ao sistema e vive verdadeira "guerra dos porcos".
Notícia que lemos na Folha de São Paulo do dia 29 de maio deixa a gente de cabelo em pé.
O mundo está mesmo e cabeça pra baixo  !
Nos perguntamos: por que raios se decide criar porcos no Atacama ?
Da mesma forma nos perguntamos, por que trazer javalis da India ou sabe-se de onde, como se fez no Paraná em em muitos outros Estados brasileiros ?
Qual é o tamanho da responsabilidade e da omissão de governos que permitem tais insanidades ?
Impossível não nos lembrarmos do nosso caso aqui no nosso Paraná: vivemos já o inferno para barrar até normativas que o Instituto Ambiental do Paraná emitiu, autorizando o extermínio pela caça, com carteirinhas sendo distribuídas à população !
Resgatamos a notícia de nossos javalis só para lembrar que o Atacama..., epa ! o javali, é aqui, só pra lembrar Baby Consuelo.



CHILE VIVE "GUERRA DOS PORCOS"

Cada vez mais a produção se concentra em grandes projetos, mas a pequena Freirina (6.000 habitantes), no deserto de Atacama, no Chile, opôs-se ao sistema e vive verdadeira "guerra dos porcos".

Um dos maiores projetos de criação de suínos da América Latina foi abandonado pelos
criadores, causando a morte de milhares deles.

A granja contém 480 mil suínos, mas o projeto está previsto para 2,3 milhões.

O abandono ocorreu porque a população não aguentava o cheiro ruim vindo da granja, devido a falhas no controle dos dejetos, e fechou as estradas. Sem água e comida, parte dos animais morreu, e o Ministério da Saúde decretou alerta sanitário.

O governo obrigou a empresa a remover os animais, mas os habitantes das cidades que receberiam os suínos não aceitaram a remoção. Os animais serão abatidos, e a granja, fechada. (Jornal Folha de S. Paulo, 29 de maio de 2012)
 

Ambientalistas reagem e Paraná vive a "crise do javali"

Grupos de ambientalistas do Paraná encaminharam nesta semana ofício ao IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e ao Ministério Público Estadual pedindo que os javalis no Parque Vila Velha, em Ponta Grossa, na região central do Paraná, não sejam capturados e abatidos.
Ambientalistas reagem e Paraná vive a "crise do javali"
Acima, um javali; abaixo, um cateto, espécie nativa; ambos foram "capturados" por armadilha fotográfica da pesquisadora Simone Camargo Umbria
Cerca de 200 javalis vivem, atualmente, no parque. Animal exótico, ou seja, não pertencente à fauna brasileira, o javali é considerado por especialistas uma das piores espécies invasoras do mundo. No Parque Vila Velha, o animal, que se reproduz com facilidade e não tem predador natural, é considerado uma praga pelo Instituto Ambiental do Paraná. Há registros também de invasão do animal nas propriedades rurais no entorno do parque. Por ser da mesma espécie do porco doméstico, o javali tem procriado e gerado uma subespécie que é chamada de "javaporco".

A medida dos grupos ambientalistas visa a impedir que o Instituto Ambiental do Paraná, o IAP, Ponta Grossa, na região sul do Paraná, adote a captura e a morte dos javalis como forma de controlar a população de animais.
Para a secretária do Grupo Fauna, Andresa Liriane Jacobs, a decisão de abate dos javalis tomada pelo IAP é precipitada e não contempla soluções alternativas. A ambientalista defende um estudo apurado sobre o caso antes de qualquer medida.

"Fomos pegos de supresa pela notícia divulgada pela imprensa de que o IAP pretendia capturar e abater os animais", disse Andresa Jacobs. De acordo com ela, a decisão teria sido tomada à revelia do Conselho Gestor de Vila Velha, do qual o Grupo Fauna é integrante.
Andresa defende um estudo de impacto no parque e lembra que o animal foi introduzido no país através de criadores. "Ele não veio a nado para o Brasil", ironizou.
O Grupo Fauna e outras entidades ambientalistas do Estado, como o SOS Bicho, de Curitiba, admitem o manejo da espécie, mas não o abate. "Essa seria a última alternativa. O nosso propósito é garantir a vida do javali. Há outras soluções como a castração do macho, o uso de microchip para controlar o movimento da população de javalis e até a criação de santuários. O abate figura no fim da lista."

Disputa interna

A polêmica envolvendo o extermínio do javali também colocou em lados opostos o secretário estadual do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, e o seu subordinado, o presidente do IAP, Victor Hugo Burko, uma vez que o instituto está submetido ao órgão. Anteontem, Rodrigues se posicionou favorável aos argumentos do Grupo Fauna.

Ouvido pela reportagem nesta quinta-feira (20), Burko disse que a posição do secretário é pessoal e apontou a solução para o caso. "É fácil, nós capturamos os javalis e o entregamos ao Grupo Fauna. Eles que decidam o que vão fazercom o animal. No Parque Vila Velha eles não vão ficar", afirmou. "Se eles (os ambientalistas) tiverem uma saída melhor que apresentem. Eu quero ouvi-los."

O presidente do IAP disse ainda que concordacom a decisão de Rasca Rodrigues de submeter a decisão ao Confauna (Conselho de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente), porém lembrou que o javali não pode ser tratado como um membro do conjunto de espécies brasileiras, já que é um animal invasor e daninho.
"Ele come tudo o que vê pela frente. Destrói ovos de pássaros que fazem ninho no chão, devasta plantações e fuça a terra até arrancar as raízes das plantas", afirma o presidente do IAP, Victor Hugo Burko.
A bióloga da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Simone Camargo Umbria, que pesquisa o animal na região, também defende o abate dos javalis e assinala que eles são foco de leptospirose e febre aftosa.


Fonte: UOL
Matéria em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/11/20/ult5772u1645.jhtm

2 comentários:

  1. Qual o email para enviar informações do Criadouro da Ouro Fino?

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  2. Recomendo a leitura do texto que anexo, mas antes gostaria de acrescentar que o Javali chá chegou ao Estado de Goiás e portanto já domina todo o Centro-Sul do Brasil, competindo com as espécies nativas e provocando danos à agricultura: http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/reportagens/o-perigo-das-especies-invasoras

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