quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Animais silvestres perdem seus habitats e buscam as cidades

Fonte: www.gazetadopovo.com.br, em 14.11.2012
Divulgação/Polícia Ambiental
Divulgação/Polícia Ambiental / Machucado e ao lado da mãe morta, um filhote de mamífero foi localizado ontem em PinhaisMachucado e ao lado da mãe morta, um filhote de mamífero foi localizado ontem em Pinhais
DE VOLTA AO HÁBITAT

Todo dia um bicho silvestre é resgatado

De janeiro a outubro, foram 380 casos no estado. Dis­­parado, o gambá é o animal mais resgatado: foram 160, 38 deles só em Curitiba e região
Ontem foi um graxaim (ou cachorro-do-mato) em Pinhais. Na semana passada, uma capivara na Rodoferroviária de Curitiba e uma onça-parda em uma escola de Colorado. E dias antes, um jacaré-de-papo-amarelo voltou a dar o ar da graça no Parque Barigui. A impressão é de que os animais silvestres estão cada vez mais presentes nas cidades. Os números de resgates de animais pela Polícia Ambiental não deixam dúvida: pelo menos um bichinho selvagem é capturado por dia no Paraná.
De janeiro a outubro, foram 380 casos no estado.
 Dis­­parado, o gambá é o animal mais resgatado: foram 160, 38 deles só em Curitiba e região. Mas a espécie mais capturada muda bastante de acordo com a regional. Em Guarapuava e cercanias, o veado prevalece: foram dez em 2012. A capivara da rodoviária, que tanto chamou a atenção, foi a 16ª resgatada no Paraná neste ano. Os animais são encaminhados para centros de triagem e são examinados antes de serem devolvidos à natureza ou levados para reservas ambientais.
O que fazer
Caso encontre um animal silvestre, telefone para a Polícia Ambiental. Em Curitiba, o número é (41) 3299 1351.
Ao avistar um animal silvestre, o mais indicado é não tentar capturar o bicho. Ele pode reagir e acabar machucado ou ferindo alguém. “As pessoas não têm prática ou equipamento correto”, reforça o tenente João Serpa, da Polícia Ambiental. A recomendação é tentar isolar a área e acionar a Polícia Ambiental, que conta com duas viaturas e 11 policiais para fazer esse tipo de serviço em Curitiba. Pássaros só são resgatados se forem espécies em risco de extinção ou estiverem machucados – se estiverem em ninho, a lei proíbe qualquer intervenção.
O policial salienta que os seres humanos estão ocupando cada vez mais as áreas dos animais, que se sentem encurralados, sem lugar para procurar comida e abrigo. “Aí, o instinto de alimentação é mais forte que o medo dos humanos”, comenta. Por exemplo: Visita incomum na rodoviária, a capivara é um habitante costumeiro de Curitiba. A bióloga Ariadna Maria Reis de Almeida pesquisou a população de capivaras na capital. De 14 parques visitados, 11 eram habitados pelos roedores, com maior concentração no Tingui.

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