quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Engenheiro planta “faixa verde” ao longo da ferrovia


Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Hugo Harada/ Gazeta do Povo / Meta pessoal de Chiamulera é montar uma fila de árvores que consiga ser vista do céu por quem chega de avião à capital paranaenseMeta pessoal de Chiamulera é montar uma fila de árvores que consiga ser vista do céu por quem chega de avião à capital paranaense
INICIATIVA

Desde 2008, Napoleão Chiamulera cultivou mais de mil árvores em uma linha de 4 km ao redor dos trilhos que cruzam Curitiba

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Publicado em 20/10/2012 | ANDRÉ SIMÕES, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
O projeto pessoal do engenheiro Napoleão Chiamulera é ambicioso: até a Copa do Mundo, montar uma faixa de árvores que consiga ser vista do céu por quem chega de avião a Curitiba. Mas, mesmo que não consiga cumprir a meta a tempo, ele já chamou a atenção com o seu trabalho e contribuiu para acrescentar verde à paisagem da cidade. Desde 2008, Chiamulera contabiliza mais de mil árvores plantadas ao longo da ferrovia, numa linha de quatro quilômetros que cruza os bairros Cristo Rei, Alto da XV, Hugo Lange e Bacacheri.
O impulso inicial surgiu quando ele ajudou a filha numa tarefa do grupo de escoteiros. Com experiência em plantar árvores desde criança, Napoleão cumpriu o trabalho com facilidade e gosto, e logo a missão de oito mudas por ano pareceu insuficiente. Desde então, por conta própria, o engenheiro vai à margem da ferrovia praticamente todos os fins de semana para plantar mais árvores. “Comecei e não parei. É um hábito quase indispensável, minha cachaça”, diz.
Apesar da boa vontade do engenheiro, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) ressalta que o plantio de árvores nas vias públicas de Curitiba depende de autorização do órgão, que indica a espécie de planta mais adequada para a região. A SMMA orienta as pessoas a jamais plantarem árvores sem autorização da prefeitura.
Organização
Para dar conta de sua missão, Napoleão está de pé às 6h30, mesmo nos fins de semana. Ele consegue as mudas no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e as planta sempre na mesma proporção: 50% de araucárias e 50% divididos entre espécies originárias da Mata Atlântica – cedro, cambará, gurucaia e branquilho, entre outros. “Dou preferência para a araucária, porque é uma árvore muito nossa, e ela sempre vinga.”
O cuidado e a constância renderam a Napoleão certa notoriedade na vizinhança. Logo o engenheiro começou a ganhar adeptos. Um dos mais constantes é o empresário Juarez Fontan, com quem estabeleceu uma “sociedade”. “Ele planta, eu cuido”, explica Fontan, que trata com adubo orgânico, dia sim, dia não, as árvores ao longo da ferrovia. “O Napoleão é um pioneiro, incentivou muita gente.”

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